Haddad fará ofensiva sobre grupos religiosos pró Bolsonaro
Fernando Haddad (PT) quer fazer frente a Jair Bolsonaro (PSL) nas searas que catapultaram o rival no primeiro turno. Informado por governadores do Nordeste de que o discurso pró-armas pegou entre os mais pobres, foi aconselhado a defender mais poder de fogo, sim, “mas nas mãos certas”, e a incorporar a criação de uma guarda nacional, proposta de Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno, ao seu plano de governo.
Outro alvo são os evangélicos. Haverá ofensiva na TV e nas redes.
Peregrinação Haddad terá um encontro com evangélicos na próxima semana. O PT vai mapear igrejas que já declararam apoio a Bolsonaro. O partido tem informações de que o endosso não é homogêneo.
A sigla também vai alardear que o programa de Haddad converge com o que prega o cristianismo, principalmente no cuidado com os pobres.
Outro mote são os costumes. O casamento de 30 anos será comparado ao histórico de ex-mulheres de Bolsonaro para dizer que, se há uma família tradicional na disputa, é a do petista.
A coordenação da campanha de Haddad também espera que ele seja recebido nos próximos dias pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Ao UOL, do Grupo Folha, o secretário-geral da entidade pediu que os fiéis optem por nomes que “defendam a democracia”.
A guarda nacional proposta por Alckmin seria uma espécie de polícia militar federal apta a atuar em todo o país.
Na reunião com os governadores do Nordeste, Haddad disse gostar da ideia, mas avisou que para incorporá-la ao plano de governo precisava conversar antes com o tucano, o que ainda não se sabe se vai acontecer.
Outro consenso que saiu da reunião com os governadores é o de que é preciso reforçar a militância petista nas redes. Foi unânime a avaliação de que, hoje, Bolsonaro “ganhou a internet”.