Mídia estrangeira dá grande destaque a mulheres contra Bolsonaro
De sábado para domingo, com imagens do Largo da Batata, em São Paulo, e da Cinelândia, no Rio, a manifestação de mulheres contra Jair Bolsonaro foi manchete digital no Le Monde (abaixo) e submanchete no Financial Times.
No enunciado do jornal francês, “No Brasil, mulheres na rua dizem ‘jamais’ ao candidato da extrema direita”.
A cobertura dos protestos avançou por jornais como Los Angeles Times, revistas como a alemã Stern e sites como o americano BuzzFeed, entre inúmeros outros. Também motivou entradas ao vivo por cadeias de rádio como a NPR, nos Estados Unidos, ou de televisão como a BBC, no Reino Unido.
Sites mais conservadores como o agregador Drudge Report só foram entrar na cobertura no final de domingo, falando em “atos eleitorais maciços” contra e também a favor do candidato, o que seria mais um “sinal de divisões profundas no Brasil”.
Serviços em português de veículos como a alemã Deutsche Welle e a francesa RFI cobriram as manifestações contra Bolsonaro em seus próprios países.
Na Alemanha, com vídeos de Berlim e Bonn, “muitas mulheres carregavam rosas brancas, símbolo da resistência ao nazismo, no protesto contra Bolsonaro”. Na França, o ato teria reunido “centenas de pessoas” em Paris aos gritos de “pas lui”, ele não.
No Facebook, a página Judeus Unidos Contra Bolsonaro cobriu protestos também em cidades de Israel, com diversas imagens. Mas desde o fim de semana, como informaram a própria página e sites como Catraca Livre, o perfil passou a sofrer “ataques antissemitas”.
Em contraste com a repercussão dos atos de mulheres, Mary O’Grady, colunista de opinião no Wall Street Journal (acima), escreveu no domingo em defesa do “candidato trumpiano do Brasil”, que, por exemplo, “defende visões tradicionais sobre sexualidade”, o que “no Brasil conservador social tem sido bem-vindo”.
Mas seu “principal apelo” é mesmo “falar vigorosamente contra o PT”, porque “os educados têm horror a uma volta da esquerda”.
Na capa da edição impressa de fim de semana do Le Monde, “Brasil: A lógica do ‘sangue por sangue’”. A reportagem se estende por quatro páginas internas, enviada pela correspondente Claire Gatinois de Natal, no Rio Grande do Norte.
Destaca como “a guerra de gangues, a insegurança, a crise social e a corrupção dos partidos políticos favoreceram a popularidade dos métodos propostos pelos militares e pela extrema direita”. E termina com defesa da democracia por FHC.
No enunciado da principal reportagem de fim de semana da Bloomberg sobre a campanha, “Milhões de eleitores brasileiros frustrados conforme os centristas implodem”, também remetendo a FHC.
Da FSP.