PT cobra do TSE providências contra fake news

Todos os posts, Últimas notícias

Em desvantagem no 2.º turno, o PT abrirá nova frente de embate contra o TSE, desta vez, por conta das fake news. A campanha de Fernando Haddad vai cobrar oficialmente a Corte Eleitoral pela inatividade da comissão criada para combater a propagação de notícias falsas. A primeira reunião do colegiado nesta eleição só vai ocorrer amanhã. A avaliação do PT é de que a disseminação de mentiras na web garantiu vantagem de votos a Bolsonaro no 1.º turno. Ontem, Haddad anunciou que vai propor ao seu oponente pacto contra fake news.

De acordo com o advogado do PT na área eleitoral, Eugênio Aragão, o partido vai ingressar no TSE com pedido administrativo para que o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, criado para discutir as fake news, funcione “com mais eficiência”.

Apesar de reclamar da inatividade do tribunal hoje, em junho o PT se recusou a assinar termo de compromisso proposto por Luiz Fux contra fake news.

Petistas graúdos querem pedir, ainda, maior rigor do TSE na atuação de pastores que usam suas igrejas para pedir votos para Bolsonaro. Com relação a esse ponto, no entanto, não há consenso se a via jurídica é a mais adequada.

O ex-ministro do TSE Marcelo Ribeiro diz que o tema ainda é novo no direito eleitoral, mas que o TSE começa a punir o que considera “abuso do poder religioso”, que é usar a estrutura da religião para pedir voto.

O jornal Mensageiro da Paz, da Assembleia de Deus, de setembro, divulgou aos 22 milhões de fiéis uma tabela comparando o que pensa cada presidenciável sobre temas comportamentais.

No quadro, Jair Bolsonaro é o único que aparece contra o aborto, o “casamento gay”, a liberação das drogas, a ideologia de gênero e o desarmamento, temas caros às igrejas. Haddad não aparece, porque ainda não era candidato.

O PT mineiro culpa a petista Dilma Rousseff por sua derrota na eleição ao Senado em Minas. Dizem que ela não ouviu nenhuma orientação partidária na campanha e, ainda, ignorou o segundo candidato da sigla ao Senado Miguel Correa. “Numa eleição de duas vagas, você não pode voto só para si mesmo”, diz um petista.

Geraldo Alckmin não será hostilizado, mas também ninguém vai lamentar sua derrota na reunião da executiva nacional do PSDB hoje. Tucanos, especialmente do Nordeste, dizem que a opção da sua campanha de bater em Bolsonaro causou o vexame da sigla nas urnas.

Depois de João Doria e Eduardo Leite, que disputam os governos de SP e RS, outros tucanos ontem declararam apoio a Bolsonaro. Antonio Imbassahy, ex-líder na Câmara, vai além. “Voto e trabalharei pela vitória de Jair Bolsonaro.” A tendência do partido é liberar o apoio na disputa presidencial.

Michel Temer se divertiu ontem com a #FicaTemer, que chegou aos assuntos mais comentados no Twitter mundial após se configurar o segundo turno entre Haddad e Bolsonaro. Ele acompanhou a apuração dos votos no Alvorada, ao lado dos ministros Sérgio Etchegoyen (GSI), Torquato Jardim (Justiça), Moreira Franco (Minas e Energia) e Carlos Marun (Secretário de Governo).

Derrotado nas urnas, o senador Romero Jucá (MDB-RR) agradeceu ontem pelos 84 mil votos recebidos. Disse que segue comprometido com Roraima.

Deputados interessados na presidência da Câmara já vislumbram ir à Justiça para barrar eventual candidatura de Kim Kataguiri (DEM) à vaga, que o tornaria o primeiro na linha sucessória do País. O problema: ele tem 22 anos, quando a Constituição diz que para assumir o Planalto é preciso ter 35.

Eduardo Paes, que disputa o governo do Rio, aguarda orientação do DEM para se posicionar na disputa presidencial. O comando da sigla orientou silêncio até lá. No Rio, Bolsonaro teve quase 60% dos votos válidos.

O eleitor alijou da Câmara dos Deputados as lideranças do PTB investigadas na Operação Registro Espúrio. Além da filha de Roberto Jefferson, Cristiane Brasil (RJ), não se reelegeram Nelson Marquezelli (SP) e Jovair Arantes (GO) , conhecido por ter sido o relator do impeachment de Dilma Rousseff, os três denunciados pela operação.

Os três ficarão como suplentes, assim como o ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (RS), que não chegou a ser denunciado. O único acusado pela PGR que se reelegeu foi Paulinho da Força, do Solidariedade de São Paulo.

Do Estadão.