Futuro Ministro da Infraestrutura é anunciado

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O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira, 27, o nome de Tarcísio Gomes de Freitas para comandar o Ministério da Infraestrutura.

O indicado é consultor legislativo da Câmara dos Deputados e já foi diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Bolsonaro anunciou pelo Twitter o nome do novo ministro: “Boa tarde! Comunico em primeira mão a indicação do Sr. Tarcísio Gomes de Freitas, formado pelo Instituto Militar de Engenharia, Consultor Legislativo da Câmara Federal e ex-diretor do DNIT, ao Ministério da Infraestrutura”, escreveu na rede social.

Dois generais chegaram a ser cotados para a pasta. O general Oswaldo Ferreira recusou o cargo por motivos pessoais. Nesta semana, a equipe de Bolsonaro chegou a estudar o nome do general do Exército Joaquim Maia Brandão Júnior.

Tarcísio Gomes de Freitas é bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, com especialização em Engenharia Civil e MBA executivo em gerenciamento de projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Foi oficial do Exército por 16 anos atuando na área de obras e infraestrutura. Também foi diretor executivo do DNIT por três anos. Atualmente, é secretário de coordenação de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e consultor legislativo na Câmara. Quem poderá substitui-lo na coordenação da PPI, que deve ser vinculada à Secretaria de Governo, é o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que assumirá a pasta.

Tarcísio é o 15º nome confirmado para o primeiro escalão do futuro governo. Bolsonaro está desde a manhã desta terça reunido com aliados no escritório da transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, para alinhar mais nomes de sua equipe ministerial.

Atualmente, a Infraestrutura é contemplada em uma secretaria no governo federal, a Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura. O novo ministério, proposto por Bolsonaro, chegou a ser cotado como mais um superministério, que agregaria diversas pastas.

Entretanto, durante coletiva nesta terça, Tarcísio disse que vai ser responsável por toda a parte de transportes – aviação, portos e transporte terrestre -, que hoje estão no Ministério dos Transportes e que não será mais criado um superministério da Infraestrutura, que agregaria as pastas das Cidades, Minas e Energia e Integração Nacional.

O futuro ministro disse ainda que será criado o Ministério de Desenvolvimento Regional, que vai agregar as competências que hoje estão no Ministério das Cidades e no Ministério de Integração Nacional.

“Essa questão do superministério de Infraestrutura era uma ideia inicial. À medida que os estudos vão avançando – e quero cumprimentar o general Ferreira que conduziu esse estudos de uma maneira muito profissional – vai se percebendo qual é o desenho ótimo”, disse Tarcísio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde foi estruturado o gabinete de transição.

“Ministério de Desenvolvimento Regional fica com área que hoje é do Ministério das Cidades e Integração Nacional e o Ministério de Minas e Energia permanece com as competências que tem atualmente”, disse o futuro ministro. A pasta da Comunicação, desvinculada pelo futuro presidente da Ciência e Tecnologia, ainda deve integrar a Infraestrutura.

Porém, também durante coletiva, Bolsonaro não deu como certa a criação do Ministério de Desenvolvimento Regional, mas afirmou que “existe a possibilidade”. A pasta, que agregaria as competências que hoje estão no Ministério das Cidades e no Ministério de Integração Nacional, ainda passa por análise da equipe de transição, de acordo com o presidente eleito. Bolsonaro disse que a formatação de todos os ministérios deve ser definida até quarta-feira, 28.

Apesar da relação de Tarcísio com o Exército, a nomeação do novo ministro foge das previsões da indicação de um general para a pasta. Atualmente, ele é um dos principais responsáveis pelo programa de concessões em infraestrutura do governo federal. No PPI, conduz processos para a entrega para a exploração, pela iniciativa privada, de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias. Também atua na preparação dos leilões nas áreas de energia, entre outras.

Engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), foi chefe da seção técnica da Companhia de Engenharia do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti.

Tarcísio chegou à cúpula do DNIT em 2011, quando a então presidente Dilma Rousseff promoveu uma “faxina” no órgão, depois da revelação de esquemas de corrupção. Na época, era funcionário de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU). Foi o número dois do general Jorge Fraxe, que ocupou o posto de diretor-geral do DNIT com a missão de resgatar a imagem do governo. Em 2014, sucedeu Fraxe no comando do DNIT. Tarcísio é também consultor concursado da Câmara dos Deputados.

No PPI, está desde a formação inicial do que considera uma “força-tarefa” para destravar as concessões em infraestrutura. De estilo direto, ele afirmou diversas vezes que as empresas fizeram lances “irresponsáveis” nas concessões leiloadas no governo de Dilma Rousseff, por isso enfrentam dificuldades financeiras.

Mais recentemente, travou uma queda de braço com o atual ministro dos Transportes, Valter Casimiro, por causa da data do leilão dos 12 aeroportos no Norte, Nordeste e Centro-oeste. Pressionou para que fosse neste ano. No entanto, os certames só ocorrerão no primeiro trimestre de 2019.

No último dia 31 de agosto, o PPI comemorou seu centésimo empreendimento concedido. Na ocasião, Tarcísio disse ao Estado que elas geraram RS 43 bilhões em outorgas para o governo federal e mobilizaram investimentos de RS 153,9 bilhões.

Do Estadão