Indicação de ministros não é acordo partidário, segundo General Heleno
O general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou que o presidente eleito Jair Bolsonaro tenha priorizado o DEM na escolha dos ministros do seu governo. Até agora, três dos dez ministros indicados são do partido: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
“Isso do DEM é mera circunstância. Não é nada que o comprometa. Ele tem escolhido por bancada e não por partido”, disse Heleno ao chegar nesta quarta, 21, no apartamento funcional de Bolsonaro, em Brasília. Depois, os dois foram para o Centro Cultural Banco do Brasil, onde a equipe de transição se reúne.
O futuro ministro do GSI afirmou que Bolsonaro pretende fazer todas as indicações para o comando das pastas até logo depois da terceira cirurgia do presidente eleito, prevista para ocorrer no dia 12 de dezembro. “É decisão dele, a gente não fica pressionando. As condicionantes agora são os nomes, a escolha é a parte mais difícil” declarou.
A força do DEM no futuro governo incomoda aliados do Centrão na Câmara, como mostrou a Coluna do Estadão. “O partido não pode ser penalizado pelas escolhas de Bolsonaro, mas também não pode dizer que não está atendido”, afirmou o líder do PP na Câmara, Arthur Lira.
A indicação do terceiro ministro do DEM por Bolsonaro ainda ameaça colocar em xeque votações importantes, como a da reforma da Previdência na Câmara. Deputados de legendas ainda não contempladas com ministérios dizem não ter motivação para apreciar uma proposta considerada impopular sem nada em troca. O presidente eleito tem repetido que não fará a velha política do toma lá, dá cá.
Além dos três nomes do DEM e do General Heleno, já foram confirmados na equipe de Bolsonaro os ministros: da Economia (Paulo Guedes), Justiça e Segurança Pública (Sérgio Moro), Defesa (General Fernando Azevedo e Silva), Relações Exteriores (Ernesto Araújo), Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes) a da Controladoria-Geral da União (Wagner Rosário).
Do Estadão