Filhos de Bolsonaro se esquivam de perguntas sobre caso Coaf

Todos os posts, Últimas notícias

Filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL), se eximiu de responsabilidade no caso que envolve seu ex-motorista Fabrício Queiroz. “Quem tem que dar explicação é meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele. No meu gabinete todo mundo trabalha”, disse Flávio, antes de participar da cerimônia de diplomação no auditório da Escola de Magistratura do Estado do Rio.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em conta bancária de Queiroz. A suspeita é de que a conta foi usada para a prática da chamada rachadinha, quando um parlamentar recebe parte do salário que deveria ir integralmente para funcionários de seu gabinete. Conforme o Coaf, um cheque de R$ 24 mil do ex-assessor de Flávio foi pago à futura primeira dama, Michelle Bolsonaro.

Em São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL), deputado federal mais votado do Estado, reiterou que cabe ao ex-motorista do irmão explicar a movimentação flagrada pelo Coaf. “O assessor tem a vida dele particular. Você está querendo me dizer que eu tenho que saber o que ele pagou na conta dele? O que entrou, o que saiu da conta dele? É complicado, né? A nossa parte é não atrapalhar a investigação. Quem vai dizer o que é certo e o que é errado são os órgãos de investigação, não somos nós.”

Na solenidade de diplomação de políticos eleitos pelo Estado na Sala São Paulo, no centro da capital paulista, Eduardo afirmou que as investigações sobre movimentações financeiras atípicas e incompatíveis com o patrimônio de ex-assessores da família do presidente eleito não afetam a credibilidade do novo governo.

“Não tem interferido, não. Setenta e cinco por cento das pessoas estão confiantes no futuro do governo Bolsonaro”, disse o deputado eleito, referindo-se à pesquisa Ibope divulgada na semana passada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Ao ser questionado se os Bolsonaro não deveriam dar explicações mais detalhadas sobre as atividades de seus assessores, o deputado esquivou-se: “Gente, eu sou Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito por São Paulo. Essas questões pertinentes ao Flávio e aos assessores dele, a melhor pessoa para falar é ele, não sou eu”.

Em seguida, confrontado com o fato de que se tratam de cargos comissionados, continuou: “Prazer, eu sou Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito por São Paulo. As questões pertinentes aos gabinetes Flávio e Jair Bolsonaro devem ser tratadas com eles”.

Ele também citou a oposição para tentar desviar o foco dos questionamentos de jornalistas sobre o caso específico do Coaf. “A oposição que tem um ex-presidente na cadeia. E está com diversos outros tramando costuras políticas para justamente evitar que outros integrantes de seu partido venham à cadeia [sejam presos]. Isso aí você não vai ver a gente fazendo, pode ter certeza.”

“Como eu falei, se o Ministério Público, a Justiça ou quem quer que seja falar que alguém mereça uma condenação, nós não vamos fazer vaquinha, fazer passeata dizendo que é perseguição política, nada disso. A gente tem que ter o discernimento e a responsabilidade de arcar com qualquer coisa que seja. A gente não pode se precipitar pra dizer quem é que está certo e quem é que está errado. Meus caros, um abraço pra vocês”, disse Eduardo.

Do Valor