Maconha entra no currículo das faculdades no Canadá
A empresa Beleave Kannabis Corp. quer produzir mais do que apenas maconha. A companhia de Ontário pretende construir um império de cientistas, especialistas em regulamentações e vendas, além de pessoal de segurança, em meio a uma nascente indústria com grande demanda.
Mas, segundo Roger Ferreira, chefe da área científica da Beleave, faltam funcionários com experiência no Canadá, que se tornou o primeiro país industrializado a descriminalizar a maconha em outubro. Então, a Beleave, assim como outros produtores licenciados, está pressionando as universidades canadenses a ajudá-los.
Mais de uma dúzia de faculdades em todo o país estão acrescentando cursos em seus currículos destinados a treinar a próxima geração de produtores de maconha. Alguns dos cursos duram entre dois e quatro anos e outros oferecem certificados.
Os educadores aproveitaram a ocasião e prometeram fornecer aos estudantes estufas e laboratórios. Em janeiro de 2020, a Universidade McGill, de Montreal, passará a oferecer uma graduação de produção de cannabis, mas apenas para estudantes com conhecimento em botânica ou bacharelado relacionado ao meio ambiente.
“O novo foco das faculdades em cannabis pode parecer ousado, mas o estudo do cultivo da maconha exige um amplo conhecimento científico”, disse Anja Geitmann, reitora da Faculdade McGill de Agricultura e Ciências do Meio Ambiente.
A Faculdade Durham, de Ontário, já lançou seu programa de especialização na indústria da cannabis, prometendo criar especialistas no setor da maconha, que está se expandindo rapidamente.
A Universidade Politécnica Kwantlen, de Vancouver, agora oferece um certificado de consultor comercial de cannabis, que prepara futuros vendedores especializados. A necessidade de habilidades no setor deve aumentar no próximo ano, já que os congressistas autorizaram a criação de produtos à base de maconha, como os brownies.
Do Estadão