Promessa de Doria de “atirar pra matar” vai desfalcar ainda mais a PM, dizem especialistas

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A promessa eleitoral do futuro governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de criar 17 batalhões da Polícia Militar com “padrão Rota” esbarra no risco de desfalcar o policiamento de área e na preocupação de especialistas de aumento no índice de pessoas mortas pela PM.

De olho no discurso linha-dura, similar ao de Jair Bolsonaro (PSL), Doria prometeu expandir a atuação similar à da tropa de elite da PM, a Rota —batalhão também criticado pela alta letalidade.

A ideia é ter (Baeps) Batalhões de Ações Especiais de Polícia, com equipes ostensivas para casos que envolvam criminosos fortemente armados, como roubos de carga e de banco, comuns no interior.

A promessa envolve a mobilização de um efetivo entre 3.000 e 5.000 policiais, esbarrando na defasagem da tropa e também na verba limitada.
A promessa eleitoral do futuro governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de criar 17 batalhões da Polícia Militar com “padrão Rota” esbarra no risco de desfalcar o policiamento de área e na preocupação de especialistas de aumento no índice de pessoas mortas pela PM.

De olho no discurso linha-dura, similar ao de Jair Bolsonaro (PSL), Doria prometeu expandir a atuação similar à da tropa de elite da PM, a Rota —batalhão também criticado pela alta letalidade.

A ideia é ter (Baeps) Batalhões de Ações Especiais de Polícia, com equipes ostensivas para casos que envolvam criminosos fortemente armados, como roubos de carga e de banco, comuns no interior.

A promessa envolve a mobilização de um efetivo entre 3.000 e 5.000 policiais, esbarrando na defasagem da tropa e também na verba limitada.

Outra questão que envolve qualquer aumento do grupo de policiais é o orçamento. Para o próximo ano, o valor previsto para a pasta de segurança R$ 21,9 bilhões é ligeiramente menor do que o estimado para este ano –R$ 22,1 bi, em valores corrigidos.

Um risco adicional levantado pelos especialistas em segurança é o aumento da letalidade trazido pelos batalhões especializados. “Vai ter que se criar mecanismos estritos de controle policial para evitar descontrole sobre esses efetivos”, afirma o coronel Glauco. “Os Baeps, se não tiverem comandantes muito comprometidos com o serviço público e com o profissionalismo, você acaba tendo problemas de indisciplina e violência policial”.

Atualmente, policiais militares do Baep de Campinas têm a conduta investigada devido a morte de oito homens em um suposto tiroteio. Os mortos eram suspeitos de integrar uma quadrilha de roubos de caixas eletrônicos.

Os policiais envolvidos nesse caso foram afastados do trabalho de rua.

O número de pessoas mortas pelas polícias paulistas vem crescendo e bateu recorde em 2017, com 940 casos –o pico dos últimos 25 anos, superado apenas pelos 1.470 óbitos de 1992, quando o dado ainda não incluía pessoas mortas por policiais fora de serviço.

O futuro secretário da Segurança da gestão Doria, general Campos, afirmou neste mês que ninguém “mata por matar” e que o assunto será tratado caso a caso.

A assessoria de Doria nega que a criação dos batalhões afete o policiamento convencional. “Não faltará efetivo para o tradicional policiamento de rua e não há possibilidade de conflito entre o policiamento convencional e a ação dos Baeps uma vez que são destinados para diferentes fins”, diz, em nota.

Segundo a equipe do tucano, além de novas contratações e de recontratação de veteranos, haverá remanejamento de policiais. “Os homens que hoje são imobilizados em serviços burocráticos e escolta de presos serão, gradativamente, realocados nos batalhões a medida que as teleconferências forem implantadas”, diz o comunicado.

Da FSP