Ford pode fechar fábrica também em Taubaté, que emprega 1.350 funcionários

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, Wagner Santana, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que a fábrica de motores da Ford em Taubaté também corre o risco de fechar.

A medida significaria o encerramento das atividades da montadora no estado, depois do anúncio do fechamento da fábrica da Ford no ABC, medida confirmada pela empresa no início desta semana. A unidade será fechada até o final de 2019. A razão seria a falta de lucratividade.

Santana sustenta que, com o fechamento da fábrica do ABC, na qual a Ford produz caminhões e o Fiesta, a produção da montadora seria concentrada em Camaçari, na Bahia, onde ela monta veículos e também faz motores.

Para o sindicalista, não faria sentido manter a fábrica de motores em Taubaté abastecendo a unidade distante da Bahia, que poderia concentrar a produção de motores e reduzir custos.

A ameaça à fábrica de Taubaté e o fechamento da unidade de São Bernardo levaram o governador João Doria (PSDB) a agendar uma reunião com a direção da Ford na América do Sul nesta manhã, no Palácio dos Bandeirantes.

Procurada, a Ford ainda não comentou o assunto. O governo estadual deve se pronunciar somente após a reunião.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Cláudio Batista, o Claudião, classificou de “choque” o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo e mostrou-se preocupado com os efeitos em Taubaté.

“Os reflexos dessa decisão aqui em Taubaté nós vamos avaliar a partir do encerramento oficial da produção no ABC, mas é sempre temerário para todos os trabalhadores, pois são postos de trabalhos diretos”, afirmou.

Na semana passada, trabalhadores da Ford de Taubaté aprovaram um pacote de propostas para evitar demissões na planta. O conteúdo foi negociado entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos e prevê, entre outros, redução de 10% do salário e da jornada.

As negociações pela manutenção dos empregos começaram em setembro do ano passado, quando a Ford alegou ter um excedente de 350 trabalhadores em Taubaté. Atualmente, a empresa emprega cerca de 1.300 pessoas e produz motores e transmissões em Taubaté.

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Com informações De O Vale