Gleisi afirma que Hardt agiu de má-fé e com objetivos políticos
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), acusou hoje (6) a juíza federal Gabriela Hardt, que condenou o ex-presidente Lula a 12 anos e 11 meses de prisão no processo sobre o sítio em Atibaia, de agir de “má-fé” e com o objetivo político claro de perseguir o ex-presidente, além de demonstrar total incompetência.
Em discurso no plenário da Câmara, Gleisi mostrou que a juíza demonstrou completo despreparo para o cargo, pois além de não apontar nenhuma prova contra Lula, a exemplo do que ocorreu na condenação envolvendo o tríplex no Guarujá, citou na sentença como dois delatores uma mesma pessoa.
A juíza, conforme lembrou Gleisi, citou em sua sentença “Léo Pinheiro e José Adelmário” como delatores no caso do sítio de Atibaia. No entanto, Léo Pinheiro é o apelido do empreiteiro José Adelmário, ou seja, é a mesma pessoa. “É incompetência do ponto de vista judicial, [a juíza] é incapaz e atua de má-fé em processo sem tréguas de perseguição a Lula”, disse a presidenta do PT.
Gleisi Hoffmann estranhou também a sentença da juíza por não apontar também a tipificação do suposto crime cometido por Lula. “Qual a prova de prática de corrupção ou de lavagem de dinheiro por Lula? Nenhuma”, observou ela.
Para Gleisi, a juíza é uma espécie de cria do ex-juiz Sérgio Moro, que virou político a serviço do governo de extrema direita Jair Bolsonaro. Lula foi também condenado por Moro sem provas e com base em “atos de ofício indeterminados”, sem nenhuma sustentação na legislação brasileira.
A presidenta do PT observou que o Judiciário e os outros atores que operam no âmbito da Lava Jato perseguiram, condenaram e prenderam Lula para impedi-lo de se tornar presidente da República, já que liderava todas as pesquisas eleitorais. “Esse foi o serviço sujo prestado por Moro junto com sua equipe de Curitiba: tirar Lula do caminho para que a extrema direita pudesse chegar à Presidência da República”.
Ela lembrou que se fosse por meios lícitos e sem a campanha de disseminação de mentiras pelo “submundo da internet”, com dinheiro de Stevie Bannon (ex-assessor do presidente dos EUA, Donald Trump), Bolsonaro não teria chegado ao poder. “Prenderam o líder mais popular da história brasileira por ter colocado os pobres na agenda do País e garantir ao povo o direito de comer”, disse.
Ela qualificou os apoiadores de Bolsonaro que elogiaram a segunda condenação de Lula como “túmulos caiados de branco por fora e podres por dentro”. Disse que são moralistas sem moral, citando inúmeras denúncias contra membros do atual governo e também, em especial, a família Bolsonaro.
A deputada lembrou que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, ainda não respondeu às acusações sobre envolvimento com milícias no Rio de Janeiro, movimentações suspeitas em suas contas bancárias e a contratação de Fabrício Queiroz, assessor em seu gabinete na Assembleia Legislativa no Rio que movimentou milhões de reais em sua conta sem ter renda para tal. “O ‘laranjal’ da família Bolsonaro tem de ser explicado”, denunciou a deputada.
Ela observou que é só uma questão de tempo para se mostrar ao mundo a inocência de Lula e a injustiça praticada contra ele, junto com a crueldade de Sérgio Moro e sua equipe da Lava Jato contra o ex-presidente. “Lula já está inscrito no livro da história por sua obra, o resto ficará no lixo”, disse ela, referindo-se a pessoas como Sérgio Moro, membros da Lava Jato e Jair Bolsonaro.
Do PT na Câmara