Impostora da extrema-direita ganha secretaria para retirar direitos das mulheres
A ministra da Família, Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, prepara a nomeação da “ex-feminista” Sara Winter para a Secretaria Nacional da Mulher. A jovem de 26 anos ficou conhecida por ter fundado no Brasil, em 2012, uma filial do grupo feminista ucraniano Femen e liderado manifestações de mulheres de topless. Após se tornar evangélica, Winter passou a se declarar antifeminista e militar contra o aborto. Ela também prega contra a homossexualidade.
Durante as eleições de outubro, a ex-militante organizou, no Rio, um ato em favor do então candidato Jair Bolsonaro como uma resposta às manifestações do #EleNão. Na ocasião, ela concorria a uma vaga de deputada federal pelo DEM.
No tempo de militante feminista, Sara saiu às ruas com #ForaBolsonaro pintado nos seios. Em maio de 2016, no entanto, ela anunciou “a parceria política” com o então deputado federal. Na ocasião, Bolsonaro gravou um vídeo ao lado dela dizendo que a ex-feminista estava “curada.”
A biografia de Winter, publicada em seu site, diz que “a escritora militava contra o cristianismo, em favor da homossexualidade e do aborto.” Após ter um filho em 2015, Winter escreveu o livro digital “Vadia, Não! Sete Vezes que Fui Traída pelo Feminismo”, no qual se propôs a contar os bastidores do movimento de mulheres no Brasil.
“Atualmente, é uma das maiores lideranças pró-vida e pró-família do Brasil, luta contra o aborto, a Ideologia de Gênero, as drogas, a doutrinação marxista, contra a jogatina e a prostituição”, diz o texto biográfico.
Winter, agora, se anuncia como uma “ativista pró-vida” e pede ajuda financeira para ajudar “a salvar bebês da monstruosidade do aborto”. “Prefiro ser um instrumento de Deus a um instrumento da esquerda”, diz em seu site.
Enquanto aguarda a publicação do seu nome no Diário Oficial da União, Winter já tem frequentado o Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos. Nesta sexta-feira, ela esteve no local acompanhada do noivo.
Procurada pela reportagem, a pasta comandada pela ministra Damares ainda não se manifestou.
De O Globo