Moro diz que “não há crise no governo” e deixa evidente sua hipocrisia
Um dia após a queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, o ministro da Justiça, Sergio Moro, disse hoje não há crise no governo.
Segundo Moro, o vazamento de áudios que desmentem o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a demissão do ministro Bebianno não afetarão a tramitação do pacote de medidas de segurança elaborado pelo Ministério da Justiça.
“No mundo real não existe nenhuma crise no governo. O governo está apresentado projetos. Hoje é um projeto consistente. Amanhã vai ser apresentado um projeto da nova Previdência, absolutamente consistente”, disse Moro.
“Eu não tenho nenhuma dúvida que vai ser aprovado”, disse o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, sobre o pacote de Moro.
O ministro deu declarações aos jornalistas após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ministros Onyx Lorenzoni, Santos Cruz (Secretaria Geral), Damares Silva (Mulher, Direitos Humanos) e Paulo Guedes (Economia)
A declaração foi dada após reunião na Câmara para entregar o pacote de projetos da área de segurança.
O ministro considerou que a ideia era apresentar um projeto único, mas durante os estudos optaram por viabilizar o desmembramento.
“Isso não muda nada o comprometimento do governo e do Congresso em relação à criminalização do caixa 2”, considerou.
“Havia um sentimento de que o caixa dois é um crime grave, mas não é tão grave como homicídio e corrupção e houve uma reclamação para que não fosse tratado juntamente com os crimes mais graves. É uma reclamação compreensível, foi aceita”, disse sobre pedidos de políticos para o desmembramento da criminalização do caixa 2, disse Moro.
Líder da oposição rebate: “governo é uma crise”
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), rebateu a declaração de Moro e disse que o governo “é uma crise”.
“O governo deve explicar publicamente com que objetivo decidiu dividir o pacote. Com que objetivo. Está atendendo o pedido de alguém? De quem está atendendo o pedido?”, disse.
Molon ainda considerou que o governo Bolsonaro fica sob suspeita com essa decisão de “fracionar o pacote”.
Do UOL