Paris é atacada por onda de ofensas antissemitas
Novas ofensas antissemitas foram registradas nesta quinta-feira (21) em Paris, em fachadas de edifícios da capital francesa. Os casos de vandalismo ocorrem um dia depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar medidas para combater atos antissemitas.
Cédric Grunenwald, funcionário da prefeitura, citou pelo menos dez pichações antissemitas em várias ruas do bairro de Plaisance, zona sul da capital. “Informamos à Justiça e alertamos a polícia”, disse.
“Judeu imundo”, “fora” e uma suástica nazista foram pintadas na porta de um edifício. A polícia seguiu para o local para interrogar os moradores. Pichações antissemitas também foram vistas na fachada de um banheiro público, em um ponto de ônibus e na placa de um médico na entrada de outro prédio.
Na terça-feira (20), milhares de pessoas se reuniram em toda a França para protestar contra o aumento do antissemitismo no país, poucas horas depois da profanação de 96 túmulos de um cemitério judaico na comuna de Quatzenheim, no leste da França. Foram registradas passeatas em Paris, Lille, Toulouse e Marselha.
Os túmulos foram pintados com suásticas nazistas azuis e amarelas. Também em um túmulo estava escrito “Esassisches Schwarzen Wolfe” (“os lobos alsacianos negros”), uma possível referência a um grupo autonomista alsaciano ativo nos anos 1970.
Além do caso ocorrido no cemitério, foram registradas nas últimas semanas diversas outras ofensas antissemitas na França. Uma suástica foi pintada sobre um retrato de Simone Veil, ex-ministra francesa e sobrevivente do Holocausto.
No domingo (17), o Ministério Público também abriu uma investigação preliminar sobre os insultos antissemitas de que o escritor e filósofo Alain Finkielkraut foi vítima durante um protesto contra o governo por parte dos “coletes amarelos” no fim de semana passada.
O presidente Emmanuel Macron criticou, na quarta-feira (20), o “ressurgimento de um antissemitismo sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial”, durante discurso no Conselho Representativo das Instituições Judaicas (CRIF) do país.
De acordo com Macron, esse ressurgimento do antissemitismo não envolve apenas a França, e sim “toda a Europa e quase todas as democracias ocidentais”. Ele também afirmou que uma legisladora de seu partido vai apresentar, em maio, um projeto de lei para enfrentar os crimes de ódio na internet.
Segundo dados do governo francês, houve 541 ataques antissemitas em 2018, um aumento de 74% em relação ao ano de 2017.
Da FSP