Secom não sabia de email divulgado pelo MEC

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Um dia após o Ministério da Educação (MEC) enviar um comunicado à escolas pedindo que filmassem alunos e enviassem a gravação para o e-mail da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, membros da Secom afirmaram nesta terça-feira que não foram avisados sobre a divulgação do e-mail no comunicado.

No texto, o MEC pedia que os alunos fossem filmados cantando o hino nacional e ouvindo a leitura de uma carta com o slogan do governo. As gravações deveriam ser enviadas para o e-mail “secom.gabinete@presidencia.gov.br”.

O e-mail, segundo o site da Secom, é de responsabilidade do Secretário Especial de Comunicação, Floriano Barbosa. Porém, segundo integrantes da Secretaria, o órgão foi pego de “surpresa” pois o MEC não havia combinado nada anteriormente. A Secom evitou comentar oficialmente o caso e disse que a responsabilidade pelo comunicado e seus desdobramentos eram do próprio Ministério da Educação.

Nesta terça-feira, após muitas críticas, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, voltou atrás e divulgou um comunicado no qual diz “reconhecer o equívoco” de ter enviado uma carta às escolas em que orientava os diretores a lerem para seus alunos o documento, que incluía o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.

Em nova mensagem enviada às redes de ensino nesta terça-feira, desta vez sem o slogan de campanha, o MEC mantém a sugestão de filmar alunos cantando o hino nacional aos “diretores que desejarem antender voluntariamente o pedido” — com autorização legal da pessoa filmada ou responsável. O e-mail da Secom para o qual os vídeos deve ser enviado também continua nessa nova versão.

Perguntado hoje sobre o teor da carta em uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado, Vélez admitiu que ‘foi um erro’ ter o slogan de campanha no documento.

— Slogan de campanha foi um erro, já tirei (da carta), reconheci, um engano, tirei imediatamente — afirmou ele.