Trabalhadores rurais trabalharão mais na Previdência de Bolsonaro
A Reforma da Previdência proposta por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro (PSL) será amarga para todo o povo brasileiro, mas ela assume ainda uma forma mais nociva aos trabalhadores rurais, principalmente para as mulheres do campo. Em sua política antipovo, Jair assume com esta reforma o seu compromisso com o empresariado e usurpa a aposentadoria do brasileiro.
Atualmente, os critérios de aposentadoria são 55 anos para as mulheres e 60 anos para os homens. Com a reforma, homens e mulheres precisam trabalhar até os 60 anos e a contribuição mínima, que hoje é de 15 anos, passa a ser de 20.
Ou seja, tanto homens quanto mulheres precisarão contribuir 5 anos a mais para alcançar a aposentadoria e as trabalhadoras tiveram um aumento de também 5 anos na idade mínima.
Outra mudança, que afeta diretamente o bolso dos trabalhadores rurais, é a necessidade do pagamento de alíquota. Atualmente, a contribuição é de 2,3%, que normalmente é paga pelas empresas que adquirem a produção, sejam intermediários, mercados ou órgãos estatais. O produtor hoje só precisa recolher ele mesmo o imposto quando vende diretamente para o consumidor ou quando vende para outros produtores.
Com a mudança, o trabalhador rural é obrigado a contribuir com R$ 600 ao ano para a Previdência, valor que poderá ser alterado. A reforma, além de burocratizar o pagamento, vai diminuir o número de trabalhadores que contribuem para a aposentadoria, uma vez que ele sempre terá que se deslocar até um posto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para pagar os impostos.
Imagine, agora, um cenário: o trabalhador que vive do campo e eventualmente perde uma colheita terá que contribuir — por conta própria — com R$ 50 de seu orçamento para ter direito à aposentadoria. Se ele mora em uma cidade pequena, precisa ir até o município mais próximo com uma unidade do INSS para fazer o acerto da Previdência.
Se ele não fizer isso todo mês, não trabalhar até os 60 anos e não contribuir por pelo menos 20 anos, ele não receberá sua aposentadoria nos últimos anos de sua vida.
Do PT na Câmara