Brasil de Bolsonaro fechou 43 mil vagas de empregos formais em março
As empresas brasileiras fecharam 43 mil vagas formais em março deste ano, pior resultado para o mês de março em dois anos. O saldo equivale a diferença entre o número de demissões (1.304.373) e de contratações (1.261.177) no terceiro mês do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quarta-feira (24).
O levantamento mostra ainda que, enquanto a maior parte dos setores registra déficit, crescem as modalidades de trabalho precário, como a jornada intermitente, após a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer, apoiada por Bolsonaro. Para essa modalidade, foram contratados mais de seis mil trabalhadores em março.
A média de salários pagos também apresentou redução de 8%. Os trabalhadores que foram demitidos ganhavam, em média, R$1.700, mas os que foram contratados para substituí-los vão receber apenas R$1.570.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), esse é o resultado do governo de Jair, que “meteu o nosso país em marcha à ré”. Em campanha, Bolsonaro prometeu criar 10 milhões de empregos, mas, depois de eleito, nada fez pelo desenvolvimento da economia. Pelo contrário, se apega a propostas como a reforma da Previdência que, se aprovada, vai acabar com 5 milhões de vagas em dez anos.
Um levantamento feito pelo G1 com os números para o mês de março desde 2010 mostra que aquele ano teve o ápice da geração de empregos com um saldo de 266.415 contratações. Com o governo de Dilma Rousseff, os números continuaram sendo positivos até 2015.
A partir de 2016, quando a ex-presidenta foi vítima de um golpe que, primeiro a impediu de governar e, em seguida a destituiu do cargo de forma ilegítima, o número começou a apresentar uma queda que se manteve no ano seguinte. Já em 2018, a geração de empregos teve um pequeno respiro e apresentou saldo positivo no mês de março, mas volta a cair no governo de Jair Bolsonaro.
Considerando o saldo total dos mandatos de Lula e Dilma, foram criados 16,3 milhões de empregos em todo país. Além das políticas de distribuição de renda e aumento do salário mínimo que possibilitaram um estado de pleno emprego, com as menores taxas de desocupação já registradas.
O levantamento mais recente sobre desemprego mostrou que, em fevereiro, o percentual aumentou e chegou a 12,4%. Isso significa que 13,1 milhões de brasileiros não conseguiam encontrar trabalho até aquele mês, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE também chamou a atenção para outros fatores alarmantes. O número de pessoas desalentadas, ou seja, que desistiram de procurar emprego é recorde na série histórica. Houve uma alta de 275 mil desalentados em relação ao mesmo período do ano passado e, hoje, quase 5 milhões de brasileiros se encontram nessa situação.
Do PT