Caminhoneiros conseguem crédito e obras, mas governo não reduzirá diesel
O governo anunciou, nesta terça-feira, uma série de medidas para conter a insatisfação dos caminhoneiros e tentar evitar uma nova paralisação nacional da categoria. Entre elas, estão R$ 2 bilhões em obras nas estradas e o lançamento de uma linha de crédito para caminhoneiros autônomos, pelo BNDES , que chegará a R$ 500 milhões.
O Palácio do Planalto não incluiu no pacote, porém, decisão sobre o preço do óleo diesel, depois do presidente Jair Bolsonaro barrar um aumento anunciado pela Petrobras, na semana passada. Para falar sobre esse assunto, Bolsonaro se reúne nesta tarde com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
O governo classifica as medidas desta terça como “estruturantes”. No caso do BNDES, o dinheiro emprestado irá ser destinado para a manutenção de caminhões e compra de pneus. Serão destinados até R$ 30 mil para cada caminhoneiro autônomo por meio de instituições como Banco do Brasil e Caixa. A medida está restrita para até dois caminhões por CPF.
O Planalto garante ainda que irá concluir obras nas rodovias BR-163. Essa estrada é importante para o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste e, durante as chuvas, o trecho do Pará fica intransitável pois ainda não está asfaltado.
— O governo trabalha para melhorar as condições dos caminhoneiros. O presidente (Bolsonaro) sempre teve muita proximidade com os caminhoneiros. Ao longo da campanha, assumiu o compromisso de dar melhores condições de trabalho — disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
O dinheiro liberado para o Ministério da Infraestrutura também será usado para recapeamento e manutenção de estradas. O governo também promete que irá atender outra reivindicação antiga dos caminhoneiros, que é a construção de locais de repouso nas rodovias. Isso vai acontecer primeiro nas rodovias concedidas, que cobram pedágio.
As ações anunciadas incluem ainda incentivos a cooperativas de caminhoneiros e medidas para “desburocratizar” a obtenção de documentos por parte dos caminhoneiros.
— Nós temos recursos recursos assegurados para obras emblemáticas. Vamos dar uma qualidade de vida para o caminhoneiro — disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Cartão Caminhoneiro
Outra medida, essa já anunciada, é o Cartão Caminhoneiro. O sistema deve entrar em funcionamento em 90 dias e permitiria que o motorista comprasse antecipadamente até 500 litros. O combustível poderá ser usado conforme a necessidade do motorista. A ideia é tentar se proteger das oscilações do preço do petróleo no mercado internacional.
— Há um carinho do governo federal para a categoria dos transportadores — disse Freitas.