Guedes evitará ir a novos debates em comissões no Congresso
O ministro Paulo Guedes, da Economia, deve evitar ir a novos debates em comissões no Congresso para discutir a reforma da Previdência.
A avaliação é de integrantes do núcleo duro da pasta. Para eles, Guedes já cumpriu sua missão ao passar horas e horas discutindo o tema na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
Agora seria o momento de tentar limitar o debate aos aspectos técnicos, evitando a discussão política e seus inevitáveis desgastes —como o de quarta-feira (3), em que Guedes foi chamado de “tchutchuca” na Câmara e reagiu.
O plano é que a equipe técnica do ministério compareça aos debates da comissão especial que analisará a reforma depois que ela for aprovada na CCJ.
Guedes foi acompanhado por cerca de 20 deputados até seu carro depois que deixou a CCJ em meio ao bate-boca com parlamentares de oposição.
Ainda assim, saiu da Câmara chateado com o desfecho do debate.
Na análise de parte de sua equipe, apesar do bafafá, o ministro não perdeu nem conquistou votos para a reforma. O jogo teria terminado em zero a zero.
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que chamou Guedes de “tigrão”e “tchutchuca”, diz que as palavras saíram de sua boca sem planejamento.
“Eu ouvia a música [“Tchutchuca Vem Aqui Pro Seu Tigrão”] quando era adolescente. Nunca achei ofensiva”, diz.
Apoiado por seguidores mas também criticado nas redes sociais, ele afirma: “As pessoas elegem um cara como o [presidente Jair] Bolsonaro e agora me chamam de grosseiro?”.
E o MBL (Movimento Brasil Livre) colocou à venda em seu site uma camiseta com a frase “Tchutchuca é a mãe, é a vó”, que foi dita por Guedes em resposta a Zeca Dirceu. Ela custa R$ 50.