“Ser humano perigoso”, racista e homofóbico foi o que disse o prefeito de Nova York sobre Bolsonaro

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O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, chamou o presidente Jair Bolsonaro de “ser humano perigoso” e pediu que uma homenagem a ele programada para ocorrer no Museu de História Natural dos Estados Unidos no dia 14 de maio seja cancelada.

“Bolsonaro não é perigoso somente por causa de seu racismo e homofobia evidentes”, afirmou De Blasio na sexta-feira, 12, durante entrevista à emisora de rádio WNYC. “Infelizmente, ele também é a pessoa com maior poder de impacto sobre o que se passará na Amazônia daqui para a frente.”

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, reagiu neste sábado e associou os comentários à onda “globalista”.

Preocupação
Os responsáveis pelo Museu Americano de História Natural estão preocupados com a homenagem que será oferecida ao presidente Jair Bolsonaro. Uma publicação na conta do Museu no Twitter informa que “o evento externo e privado no qual o presidente do Brasil será homenageado foi reservado no museu antes de o homenageado ser estabelecido”. Ainda no Twitter, o Museu informou: “Nós estamos profundamente preocupados e estamos explorando nossas opções.”

Bolsonaro será homenageado em um jantar de gala – com entradas ao preço individual de US$ 30 mil, que estão esgotados – no próximo dia 14, pela Câmara Brasileira-Americana de Comércio, sediada em Nova York, como “Pessoa do Ano”. A premiação é concedida há 49 anos e tem objetivo de reconhecer sempre dois líderes, um brasileiro e um americano, que trabalham pela aproximação e relação entre os dois países. Em 2018, o brasileiro homenageado foi o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Na quinta-feira, o site Gothamist, que divulga novidades sobre a cidade de Nova York, publicou um texto crítico à recepção de Bolsonaro no Museu Americano de História Natural ao destacar que Bolsonaro já adotou posições contrárias à causa ambiental enquanto o museu é uma “celebração ao mundo natural”. Até o momento, a reportagem do Estado não conseguiu contato com o Museu para confirmar quais “opções” estão sendo consideradas.

Treze representantes de povos indígenas denunciaram nesta semana, em carta aberta publicada no jornal francês Le Monde, que a política ambiental de Bolsonaro os deixa às portas de “um apocalipse”. “Esse governo quer monopolizar toda a Amazônia, dessangrá-la ainda mais construindo novas estradas e ferrovias”, alertaram a cacique Ivanice Pires Tanone, do povo Kariri Xocó, e o cacique Paulinho Paiakan, do povo Kayapó, entre outros dirigentes.

Desde que assumiu o poder no dia 1.º de janeiro, Jair Bolsonaro pôs em andamento políticas contrárias à demarcação de terras indígenas e às ONGs que lutam contra as mudanças climáticas. Ele transferiu para o Ministério da Agricultura a questão da demarcação de terras indígenas e o serviço de vigilância florestal.

De Estadão