Aluna é vítima de racismo por equipe de colégio militar no DF
Os inúmeros problemas enfrentados pelas unidades de ensino públicas, resultados da política neoliberal de sucateamento, são usadas como motivos para recorrer às as intervenções militares nos estabelecimentos, como última alternativa frente à suposta crescente onda de violência e indisciplina dentre os alunos.
Sem garantia alguma de resultado, as escolas são entregues a forças autoritárias que reprimem os estudantes e interferem em seu aprendizado e no ambiente que frequentam, como o episódio do Colégio Militar Dom Pedro II no Distrito Federal, onde alunos sofrem punição por simples aparência.
O acontecimento foi relatado durante uma reunião de pais e alunos, onde a mãe da aluna abordada explicou que a filha foi aconselhada por um monitor a cortar ou alisar o cabelo, com tranças afro, para que não sofresse alguma sanção. O constrangimento da aluna foi relatado por sua mãe, que considerou a atitude racista por querer obrigar a aluna a se enquadrar em um padrão que não comporta seu tipo de cabelo afro.
Mais relatos de abordagens autoritárias e preconceituosas foram ouvidas de outros pais de alunos, assim como assédio moral vindo da direção da instituição, que constrangeu alunos em público ao anunciar para 3 mil presentes uma punição para o grupo que havia feito uma apresentação de dança ao som de funk.
Em colégio conhecido por ter um rígido regulamento sobre as vestimentas e condutas dos alunos, devido às cobranças similares a um verdadeiro regime militar, a direção poderia punir um aluno pelo simples uso de um penteado considerado inadequado. Fascistas são contrários ao conhecimento, além de rechaçam manifestações espontâneas e culturais do povo.
A militarização nas escolas no DF é justificada pelos governos como uma maneira de estabelecer a disciplina nos colégios e garantir mais segurança aos estudantes e funcionários. Porém, como em qualquer outra localidade, as forças de repressão do estado, sejam elas da polícia ou forças armadas, não servem para diminuir ações violentas, pelo contrário, são as próprias que as praticam.
Os secundaristas são um setor com facilidade de se mobilizar em defesa de seus direitos, portanto precisam estar sob os olhos vigilantes das forças militares. Principalmente depois das grandes manifestações encabeçadas pelos setores da educação, ficou evidente que os cortes no orçamento não serão tão facilmente aceitos pela população que repudia os bolsonaristas.
Para fazer retroceder a militarização é necessário que os estudantes estejam em peso nos atos que estão por vir, pois somente aliados aos mais diversos setores da classe trabalhadora a interrupção da política de intervenções se torna possível, colocando abaixo o governo golpista.