Filme brasileiro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” vence em Cannes

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O filme brasileiro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” ganhou a competição Un Certain Regard (Um Certo Olhar), uma das mais importantes do Festival de Cannes após a Palma de Ouro. A trama agradou o público com a história de duas irmãs filmadas em um Brasil conservador como pano de fundo.

Inspirado no livro homônimo de Martha Batalha, o filme era o único brasileiro da seleção oficial Um Certo Olhar, que conta com 18 participantes. A exibição havia sido muito aplaudida na sessão de gala, mas também nas projeções especiais para a imprensa.

O filme, apresentado no exterior como um melodrama tropical, conta a história das irmãs Guida e Eurídice, jovens filhas de portugueses no Rio de Janeiro dos anos 1950. O destino as separa logo no início da trama e o diretor mostra como essas duas vidas tão ligadas avançam paralelamente.

As personagens principais, interpretadas por Júlia Stockler e Carol Duarte, sofrem durante toda a história da opressão masculina, seja por parte dos pais, dos maridos ou dos colegas de trabalho. “Tem sempre uma dimensão política”, disse o diretor Karim Aïnouz em entrevista exclusiva à RFI. “No caso desse filme, meu sonho é que ele consiga falar do patriarcado e o quão tóxico ele pode ser”, continua.

O diretor foi revelado para o mundo no Festival de Cannes, quando apresentou “Madame Satã”, em 2002. Desde então, segue uma carreira de sucesso dentro e fora do Brasil. Seu documentário anterior, “Zentralflughafen THF” (Aeroporto Central THF, em tradução livre), que contava a vida de refugiados acolhidos em um aeroporto de Berlim, chegou a ganhar um prêmio especial na Berlinale em 2018.

De Carta Capital