Milhares fecham Avenida Paulista em ato contra cortes na educação

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Milhares de estudantes, professores, ativistas políticos e sindicalistas fecharam na tarde desta quarta-feira as duas pistas da Avenida Paulista , em São Paulo, no protesto contra os cortes feitos pelo governo de 30% de verbas na educação.  Estudantes de escolas, faculdades e universidades públicas e privadas ocupam também o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

A ideia é sair em marcha pela avenida, podendo seguir em direção ao centro da cidade. Um pequeno grupo também se concentra na chamada Praça do Ciclista, a cerca de 500 metros do local onde se reúne a maioria dos manifestantes.  A Polícia Militar não tem uma estimativa do número de pessoas que participam do ato.

O protesto se estende por cidades grandes do interior paulista. Em Campinas e Ribeirão Preto, por exemplo, os militantes estão reunidos no centro dessas cidades.  Pessoas usam o carro de som para discursar contra a medida do governo. Em comum, manifestantes seguram cartazes com críticas ao presidente Jair Bolsonaro, inclusive com ataques à reforma da Previdência.

O bloqueio total de despesas do Ministério da Educação anunciado é de R$ 7,4 bilhões. O corte para as universidades federais chega a R$ 2 bilhões, justamente os 30% da verba discricionária – que não inclui salários. O ministro da educação, Abrahan Weintraub disse nesta terça-feira que não descarta novos bloqueios no orçamento da pasta.

Em frente ao Masp, a professora aposentada do Instituto de Matemática e Estatística da USP, Heloísa Borsari, saiu de casa para se juntar aos estudantes no protesto contra o contingenciamento na educação. Segundo a professora, o movimento tem importância por ser a primeira grande manifestação do governo Bolsonaro. Contudo, a docente admitiu que o campo progressista ainda tem dificuldade em se comunicar com outros setores da sociedade.

– Tem que ser um movimento suprapartidário para que a gente possa defender minimamente os direitos e a inclusão que nós conseguimos com a Constituição de 1988 – disse.

De acordo com a professora, o atual governo chama a atenção porque conseguiu atrair para o conservadorismo também a juventude, sobretudo na pauta ligadas aos costumes. Questionada sobre a declaração do presidente, que chamou os manifestantes de “idiotas úteis”, Heloísa brincou:

– E ele é um idiota inútil. Mas bastante nocivo – disse.

De O Globo