No Brasil, ser mãe é padecer no mercado de trabalho

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Muito distante do paraíso é a situação das mães brasileiras no mercado de trabalho. Mães possuem renda do trabalho 11,5% inferior às mulheres sem filhos. Em 2017 isto significou um rendimento mensal de 245 reais (3.185 reais no ano, ao contar o 13º) a menos para elas. Em alguns estados, a discrepância é maior ainda.

Conforme se vê na tabela a seguir, o Amazonas é o estado aonde as mães sofrem mais prejuízo no mercado de trabalho, com um rendimento quase 1/3 (29%) inferior ao das demais mulheres sem filhos. Os estados da Bahia (-23,9) e Maranhão (-23,4) também são destaques negativos, mas em um total de nove estados as mulheres com filhos recebem pelo menos 15% a menos do que as sem filhos. Apenas em Sergipe (+9,7), Espírito Santo (+5,6) e Rondônia (+1,9) o mercado de trabalho parece não discriminá-las financeiramente. Os dados são resultado de tabulações da Fundação Perseu Abramo nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017 (PNADC/ IBGE).

Todavia esta é apenas uma das faces do preconceito profissional que as atinge, pois muitas sequer conseguem entrar no mercado de trabalho. Um agravante para isto é a escassez de vagas em escolas infantis ou creches pelo país: cerca de um terço das crianças de 0 a 3 anos que pertencem aos 20% mais pobres do país estão fora da escola porque não existe vaga ou creche perto delas. Já entre o grupo dos 20% com a renda mais alta, esse problema atinge somente 6,9% das crianças.

Do PT