Trabalhadores brasileiros elegeram governo que tira deles para dar a patrões

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Tudo começou com a reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer no segundo semestre de 2017. Naquele momento, o trabalho assalariado no Brasil sofreu o maior golpe desde que, em meados do século passado, o Brasil instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Pode-se dizer que a derrubada de Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores através do impeachment fake de 2016 teve como objetivo principal reverter o forte processo de distribuição de renda iniciado em 2003 pelo governo Lula – e que durou, no mínimo, até 2014.

No âmbito desse processo, além da distribuição de renda os salários foram valorizados, o salário mínimo teve crescimento real todo mês, o valor médio do salário do Trabalhador aumentou todo mês, o nível de desemprego caiu todo mês…

Para comprovar tudo isso, basta acessar estatísticas oficiais no site do IBGE.

Esse fenômeno perdurou de 2003 a 2014. Evidente é que, para distribuir renda, é preciso tirar de alguém para dar a alguém. Nesse caso da era PT, os mais ricos cederam renda aos mais pobres em um processo que reduziu um dos problemas mais sérios que impedem nosso país de avançar: a concentração de renda.

É possível dizer, portanto, que o golpe de 2016 não ocorreu à toa – foi uma revolução do mundo empresarial e dos mais ricos em geral contra um processo de distribuição de renda em um país que, como cartão de visitas, carrega em seu currículo o fato absurdo de ter sido o último país do mundo a libertar os escravos.

Só por aí já se vê a mentalidade dos grandes empreendedores brasileiros; qual seja, a mentalidade de utilizar mão de obra praticamente grátis, aproximando suas condições de trabalho o máximo possível do regime escravagista.

Quando se pensava que, com a Reforma Trabalhista de 2017, o Brasil atingira o fundo do poço, em um grande surto de insensatez o povo brasileiro elege um despachante dos grandes empresários e dos muito ricos.

Jair Bolsonaro, que se propõe a promover a maior precarização do trabalho assalariado de que se tem notícia desde a primeira revolução industrial, pretende escravizar a quase totalidade dos brasileiros que trabalham.

Eis que chegamos ao Primeiro de Maio de 2019 em um país que está massacrando a sua força de trabalho, ainda que a maior parte dela ainda não tenha se dado conta do processo em curso.

No próximo ano, a esta hora, os trabalhadores brasileiros, em maioria, terão se conscientizado do erro fatal que este país cometeu na eleição de 2018 e que custará caro as próximas gerações.

A luta continua.