Weintraub causa climão no governo após acusar professores de coagir alunos
Uma ala do governo demonstrou desconforto com o tom da fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de levantar uma suspeita genérica de que professores coagiram alunos para que participassem das manifestações contra cortes no setor.
Foi intencional a estratégia do ministro de manter a polarização com movimentos e partidos de esquerda para tentar restringir as manifestações contrárias ao governo nesta quinta-feira (30).
Mas colegas de Weintraub no primeiro escalão foram surpreendidos com o tom da manifestação do ministro. “Ao falar de coação sem mostrar um caso concreto, ele fez um ataque genérico. É preciso ter mais cuidado”, observou um ministro ao blog.
Não foi a primeira vez que Weintraub faz um ataque que gerou críticas internas. Antes da primeira manifestação, o ministro da Educação chegou a ameaçar retirar dinheiro de universidades onde houvesse “balbúrdia”.
Esse tom bélico estimulado por integrantes da ala ideológica do governo é visto com preocupação até mesmo por aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. A avaliação é de que manter o tom de polarização excessiva do ano passado pode dificultar acordos para votar matérias importantes do governo, como a reforma da Previdência.
“É preciso descer urgentemente do palanque”, disse um parlamentar com trânsito livre no Palácio do Planalto.
Integrantes do governo, porém, ressaltam que o presidente se preservou desta vez. Na primeira manifestação, Bolsonaro chegou a chamar os estudantes de “idiotas úteis”. A crítica ampla aos estudantes acabou estimulando uma reação e o próprio presidente foi obrigado a se explicar.
Do G1