Acovardado, Eduardo Bolsonaro assume PSL em SP sem citar Lava Jato

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Um partido com cara “muito mais conservadora” é o que Eduardo Bolsonaro, novo presidente do PSL em SP, afirma querer. Sua segunda prioridade, diz, são as eleições municipais de 2020.

Ele tomou posse nessa segunda-feira (10). Nos discursos houve críticas à imprensa, mas sem citação direta aos diálogos publicados pelo site The Intercept Brasil entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

Eduardo Bolsonaro recebeu o cargo do senador Major Olímpio, que comandou o PSL Paulista durante as eleições de 2018 e os meses seguintes.

No palco estavam com eles lideranças do partido como Luciano Bivar (presidente nacional do partido) e Gil Diniz, deputado estadual e agora vice presidente do diretório de SP.

Um dos mais aplaudidos foi Luiz Philippe de Orleans e Bragança, integrante da direção do PSL Paulista, deputado estadual e herdeiro da família real.

A deputada federal e líder do governo no Congresso Nacional Joice Hasselmann não estava no palco nem teve presença registrada pelo mestre de cerimônia.

Janaína Paschoal, deputada estadual e uma das figuras mais populares do partido, também não. Janaína rejeita a vivência partidária, e afirma ser favorável a candidaturas independentes.

Filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro assume a presidência do diretório paulista em momento de turbulência interna e externa à sigla.

Internamente, há desentendimentos entre figuras importantes. Na semana passada, Major Olímpio e Joice Hasselmann discutiram em público, no Congresso Nacional. O deputado federal Alexandre Frota andou fazendo críticas ao governo.

Na entrada do evento, Major Olímpio afirmou que se trata de uma posição isolada de Frota, o que não configura uma crise.

“Em nenhum momento houve racha no partido”, disse Major Olímpio em discurso. Segundo ele, a passagem de poder para Eduardo Bolsonaro foi harmônica.

Ele, Maior Olímpio, teria pedido para ser substituído e sido atendido pela direção nacional. O senador diz ter cumprido sua “missão”. Disse que Eduardo tem o “espírito” do partido. “É o momento do PSL avançar no Estado de São Paulo”. Ele diz que está dezenas de prefeitos eleitos no Estado, e centenas ou milhares de vereadores nas eleições de 2020.

De fora do partido chegam críticas a Sérgio Moro. Moro não tem filiação ao PSL, mas é um dos fiadores morais do governo federal. À frente da Justiça, é considerado um ministro “indemitível”.

O site The Intercept Brasil publicou nesse domingo o começo de uma série de reportagens que mostram conversas privadas de Moro, quando ainda era juiz da Lava Jato, com o coordenador do grupo de procuradores federais que integram a operação em Curitiba, Deltan Dallagnol.

Líderes do partido saíram em defesa do ministro nessa segunda-feira, mas os opositores certamente ainda usarão muito a história para desgastar o governo federal.

Nos discursos não houve citação direta ao caso. Major Olímpio, porém, falou em “achincalhamentos criminosos e indevidos”.

Luciano Bivar disse que “os ataques que hoje estamos sofrendo na mídia são fruto do desespero”. Afirma que o partido enfrenta o sistema.

Eduardo Bolsonaro pediu ajuda dos simpatizantes em sua gestão. “Não vou ser um ditador”. Diz não ser paulista e não conhecer suficientemente o Estado. Ele afirma querer consolidar um partido liberal na economia e conservador nos costumes.

A cerimônia de transmissão de cargo foi realizada no Renaissance, hotel de alto padrão localizado em área nobre da capital paulista.

O auditório ficou lotado de simpatizantes do partido. A claque gritou em diversos momentos “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, slogan de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.

Antes dos apoiadores entrarem, o Terra ouviu um homem da organização do evento compartilhando com outros organizadores um temor pela segurança do evento.

Não havia como revistar os presentes, e havia políticos famosos no local. A reportagem não presenciou, porém, nenhum incidente. Marcada para as 18h, a cerimônia começou apenas às 19h15.

Algumas citações à polícia foram aplaudidas. Eduardo Bolsonaro arrancou risos da plateia por exemplo quando falou, em tom de brincadeira, que o deputado estadual Major Mecca, da Polícia Militar, deveria proteger uma militante do partido.

De Terra