Ali Kamel, diretor da Globo, vê como ‘injusta’ crítica ao JN

Todos os posts, Últimas notícias

O diretor de Jornalismo da Globo, Ali Kamel, não gostou de um texto chamado “Poupado pelo Jornal Nacional, Moro vira paródia no Zorra”, publicado no Telepadi.

Kamel escreveu uma carta:

“O texto ‘Poupado pelo Jornal Nacional, Moro vira paródia no Zorra’ é, ao mesmo tempo, contraditório, injusto e faz confusão com regras básicas do jornalismo e do humor.

Se, como admite o texto, ‘A Globo deu amplo espaço ao assunto desde domingo, no ‘Fantástico’, quando o vazamento começou a ser divulgado pelo site The Intercept Brasil’, como pode ter poupado Moro? Os diálogos publicados pelo Intercept foram exibidos em longas reportagens no Jornal Nacional (elas estão à disposição de todos no Globoplay para comprovação).

A colunista alega, então, que o JN deu ênfase ao noticiário sobre as investigações da PF sobre o hackeamento de autoridades. Não é verdade, o JN noticiou a apuração da PF como era o seu dever.

A Folha de S.Paulo, em cujo site a autora publica o seu artigo, fez o mesmo. No dia 11, o jornal deu meia página ao assunto, no dia 12, também, e, no dia 13, dedicou 2/3 de página.

Cumpriu com a sua obrigação como o JN. A coluna é injusta com o Jornal Nacional porque compara os tempos dedicados, na edição de terça-feira, aos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio, do STF, contrários a Moro (ao todo 51 segundos), com os 100 segundos que o JN dedicou ao ministro Luiz Roberto Barroso com uma declaração mais positiva ao então juiz.

Mas a autora omite que, na mesma reportagem, o JN trouxe uma declaração de 54 segundos do advogado de Lula, contra Moro.

Ora, somada essa fala de Cristiano Zanin às dos ministros Gilmar e Marco Aurelio, temos 105 segundos de declarações negativas a Moro e 100 segundos de positivas. Onde está o desequilíbrio?

No JN de sábado, dia do esquete do Zorra mostrado na coluna, o JN dedicou três minutos e quarenta e cinco segundo a novos diálogos divulgados pelo Intercept e mais quarenta e cinco segundos de uma nota da defesa de Lula contra o ministro Moro. Sem nada esconder, sem poupar ninguém.

Por fim, espanta que a autora compare humor e jornalismo, como que a sugerir que fosse possível o humor tratar os fatos com a responsabilidade e acuidade do jornalismo e o jornalismo tratar os fatos com a leveza e ironia do humor. O JN não é imune a críticas, mas não pode deixar sem resposta tentativa de estabelecer narrativas tão injustas.”

https://twitter.com/DanPimpao/status/1140190900519350272?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1140190900519350272&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2Fessencial%2Fdiretor-da-globo-diz-que-comparar-jn-ao-zorra-total-e-injusto-e-moro-nao-e-poupado-no-telejornal%2F

Da FSP