Cuba afirma que sua aliança com a Venezuela não será abalada
O governo de Cuba criticou nesta quinta-feira, 6, as novas restrições impostas pelos Estados Unidos sobre as viagens à ilha e afirmou que sua aliança com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticada por Washington, é ingociável. “A solidariedade de Cuba com o Presidente Constitucional Nicolás Maduro Moros, com a Revolução bolivariana e chavista e com a união cívico-militar de seu povo, não é negociável”, afirma o governo cubano em uma declaração publicada na imprensa local.
Washington anunciou na terça-feira, 4, que proibiria a partir do dia seguinte as viagens dos chamados grupos culturais e cruzeiros a Cuba, as formas mais usadas pelos americanos para visitar a ilha caribenha.
As restrições, que segundo a Casa Branca servem para punir Cuba por seu apoio a Maduro, representam um forte golpe à economia da ilha, fortemente baseada no turismo. “Os recentes ataques contra Cuba usam como argumentos novos pretextos. O mais notório entre eles é a caluniosa acusação de que Cuba intervém militarmente na Venezuela, mentira que foi rebatida pública e consistentemente pelo governo cubano”, afirma Havana.
“A pretensão continua sendo arrancar concessões políticas da nação cubana, por meio da asfixia da economia e dos danos ao nível da população”, completa o texto, publicado poucas horas depois que o último cruzeiro americano deixou Havana. A Venezuela é a principal aliada política de Cuba há quase duas décadas. Também é o principal fornecedor de petróleo.
Washington alega que Havana apoia militarmente Maduro no governo e exige a retirada dos militares cubanos, que a ilha afirma que não existem. Cuba mantém 20.000 colaboradores civis na Venezuela, fundamentalmente médicos, segundo Havana.
“Cuba não se deixará amedrontar, nem distrair das tarefas essenciais e urgentes de desenvolvimento de nossa economia e da construção do socialismo. Estreitamente unidos, seremos capazes de enfrentar as adversidades mais desafiadoras. Não poderão nos asfixiar, nem poderão nos deter”, completa o texto.
Do Estadão