Mobilização pela Educação faz esquerda articular alianças para 2020
O ímpeto dado aos partidos de centro-esquerda pelas manifestações em defesa da educação fortaleceu o discurso em torno da necessidade da formação de alianças amplas, tanto nas capitais como em cidades estratégicas, junto as legendas que fazem oposição ao governo Jair Bolsonaro visando a eleição de 2020.
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, apesar do clima ser considerado mais amigável que o pós-eleição de 2018, ainda existem dúvidas sobre como alguns partidos irão se comportar para concretizar as alianças.
Um dos exemplos está em São Paulo. A costura da aliança na capital paulista se dá em torno do apoio da esquerda para um candidato do PSB, uma vez que o ex-prefeito Fernando Haddad (T) se retirou da disputa visando o pleito de 2022. Neste caso, o ex-governador Márcio França (PSB) seria o indicado, mas não se sabe se ele aceitaria o apoio do PT.
Tanto Haddad quanto o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), têm se aproximado, com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e defendido uma aliança ampla entre os partidos de centro-esquerda. “São ainda muito preliminares as conversas sobre 2020, mas vejo maturidade para que a gente coloque o interesse nacional em primeiro lugar. A ideia é aglutinar nas cidades mais importantes e mais simbólicas e há disposição para isso”, disse Haddad.
Segundo ele, apesar da defesa das alianças não ser uma unanimidade dentro do PT, pelo menos a metade do partido estaria consciente da necessidade da formação de uma aliança ampla com as demais legendas.
Ainda segundo o ex-prefeito, primeiro é preciso construir a unidade dentro do Congresso. Em seguida, viriam a participação junto às mobilizações populares para, em seguida, construir as alianças partidárias visando o pleito do próximo ano. “Se não adotarmos uma estratégia correta, poderemos ficar alijados”, avalia Dino.