Aumenta desigualdade de renda do trabalhador no Brasil
Dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho revelam que o Brasil registrou uma nova alta na desigualdade de renda do trabalhador.
Em 2015, a parcela dos 50% mais pobres ficou com 18,3% de toda a renda dos trabalhadores. Em 2016, essa taxa caiu para 18,13% e, em 2017, chegou a 17,9%.
Do outro lado da estrutura social do país, os dados apontam que a parcela dos 20% mais ricos entre os trabalhadores ficaram com 56,37% dos salários do país em 2015.
Em 2016, essa participou aumentou para 56,48% e, em 2017, chegou a 56,81%.
No topo da pirâmide, a camada de 10% mais rica dos trabalhadores ficou com 41,3% da renda em 2017. Em 2016, essa taxa era de 40,9 %.
Os dados de 2017 publicados pela OIT representam uma inversão na tendência que se registrava desde 2004. Há 15 anos, a parcela mais rica dos trabalhadores ficava com 47,7% da renda no país.
Em 2016, essa participação caiu para 40,9%.
Na camada mais pobre, a participação na renda dos trabalhadores passou de 0,49% em 2004 para 1,1% em 2016. Mas perdeu espaço, para 1,04%
Séculos
A concentração brasileira, porém, não é um caso isolado. De acordo com os dados da OIT, essa é uma realidade global, apesar de avanços na China e Índia.
Em 2017, um trabalhador da camada dos 10% mais ricos tinha um salário médio no mundo de US$ 7,4 mil por mês. Sozinhos, eles ficavam com 48,9% da renda mundial.
Já os trabalhadores da camada mais pobre recebem o equivalente a apenas US$ 22,00 por mês.
Se somados a camada dos 20% dos trabalhadores mais pobres – cerca de 650 milhões de pessoas – sua renda seria de cerca de 1% de toda renda de salários no mundo.
Considerando metade dos trabalhadores do mundo, a renda média é de apenas US$ 198,00 por mês.
Os números levaram a OIT a fazer uma constatação sombria.
De acordo com Roger Gomis, economista da OIT, uma pessoa da camada mais pobre do mundo teria de trabalhar por mais de três séculos para obter uma renda equivalente ao salário anual dos 10% mais ricos.
Do UOL