Bolsonaro faz pedido de acordo aos EUA para filho ser embaixador

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foto: Twitter/Reprodução
A polêmica envolvendo a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, como embaixador do Brasil em Washigton (Estados Unidos) ganha novo desdobramento. Na saída do Palácio da Alvorada para cumprir agenda em Goiânia, nesta quinta-feira (26/07), o presidente disse que fez o pedido de agrément – deu o sinal verde – ao governo norte-americano para que Eduardo possa assumir o posto na capital.
O presidente diz que a formalização da consulta aos Estados Unidos foi acertada diretamente com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. “Acho que foi mandado ontem o agrément, acho que foi ontem (quarta), se não me engano. A gente não está com pressa, não tem problema não”, afirmou Jair Bolsonaro.
No Ministério das Relações Exteriores (MRE), diplomatas confirmaram ao Correio que o pedido de agrément de Eduardo Bolsonaro chegou aos Estados Unidos. Geralmente, o processo é mantido sob sigilo até que o governo do país de destino do candidato a embaixador aceite a indicação. A atitude é vista como uma quebra de protocolo.
Inicialmente, havia a expectativa de que Eduardo Bolsonaro fosse enviado aos Estados Unidos e que o filho do presidente Donald Trump, Eric, ocupasse o mesmo cargo no Brasil. A assessoria de imprensa de Eric desmentiu a informação.

Política internacional 

Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro demonstra interesse na política internacional desde o fim do ano passado, após seu pai vencer as eleições presidenciais. A primeira visita do deputado foi justamente aos Estados Unidos. Ele se reuniu com formadores de opinião da direita conservadora, políticos e empresários.
A possibilidade de Eduardo Bolsonaro assumir a embaixada no lugar de Sérgio Amaral, que desocupou a vaga em abril, causou polêmica dentro e fora do governo. Diplomatas se queixam da inexperiência do filho do presidente da República, que completou 35 anos recentemente. Esse é um dos requisitos mínimos para que uma pessoa ocupe o cargo.
Na Câmara, tramitam um Projeto de Lei e uma PEC pedindo que seja proibido indicar pessoas de fora da carreira diplomática para o cargo de embaixador brasileiro. Os projetos são de autoria do Cidadania.
Antes da chancela presidencial em torno do deputado, o mais cotado para assumir o posto era o de Nestor Fóster, o número dois da embaixada brasileira em Washington. Foster apresentou o atual chanceler ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho. O Correio apurou que Fóster continuará exercendo função abaixo de Eduardo Bolsonaro, caso ele seja, de fato, embaixador.