Bolsonaro vira alvo da história mal contada sobre hacker

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Foto: Evaristo Sá/AFP

O Ministério de Justiça informou que aparelhos celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro foram alvo de ataques do grupo de supostos hackers presos nesta terça-feira (23), no âmbito da operação Spoofing.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça feira (23). Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República”, disse a pasta, em nota.

O comunicado do Ministério da Justiça não informa se houve captura de dados do mandatário.

Em apresentação à imprensa realizada nesta quarta-feira (24), investigadores da Polícia Federal disseram que até mil números telefônicos podem ter sido alcançados pela ação dos quatro suspeitos.

Eles apontaram ainda “fortes indícios” de que o telefone do ministro Paulo Guedes (Economia) também foi atacado pelos envolvidos.

O grupo foi apontado pela PF como o responsável pela invasão do telefone do ministro Sergio Moro (Justiça).

Foram presos nesta terça Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques.

Os quatro são originários de Araraquara (SP), mas moravam em cidades diferentes. As ordens de prisão foram cumpridas em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto (SP). Eles foram transferidos para Brasília.

Nesta quarta, Moro comemorou a ação da PF e associou o grupo à divulgação, pelo site The Intercept Brasil, de mensagens que mostram interferência do ex-juiz da Lava Jato nas investigações da força-tarefa da operação.

Essa conexão, no entanto, não foi citada na decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, que autorizou as prisões dos suspeitos

Os responsáveis pelo The Intercept Brasil disseram, por sua vez, que não fazem comentários sobre as suas fontes.

Na decisão que fundamentou as prisões, o juiz Vallisney de Souza Oliveira apontou “fortes indícios” de que os quatro investigados “integram organização criminosa para a prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de diversas autoridades brasileiras via invasão do aplicativo Telegram.”

O inquérito em curso foi aberto em Brasília para apurar, inicialmente, o ataque a aparelhos de Moro, do juiz federal Abel Gomes, relator da Lava Jato no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), do juiz federal no Rio Flávio Lucas e dos delegados da PF em São Paulo Rafael Fernandes e Flávio Reis.

Segundo investigadores, a apuração mostrou que o celular do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, também foi alvo do grupo. O caso dessas autoridades está sendo tratado em inquérito aberto pela Polícia Federal no Paraná.

As investigações da Polícia Federal apontam para um grupo que tinha o perfil de quem praticava fraudes bancárias eletrônicas. Segundo a corporação, os suspeitos estavam envolvidos no esquema “em diferentes graus”.

Da FSP