Defesa de Flávio diz que decisão de Toffoli fez todo o clã chorar
Manhã do último dia 16, terça-feira, minutos depois de ser divulgada a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de suspender todas as investigações feitas com base no compartilhamento de dados bancários sem autorização judicial, atendendo a pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro: “Você não sabe o que está acontecendo! Você não tem noção do que está acontecendo, você não tem noção!”, berra ao telefone o advogado do senador, Frederick Wassef, a um interlocutor, aparentemente alguém íntimo. “A decisão… Amor… O meu nome… Tá o Brasil inteiro me ligando e me chamando de Deus! Você não tem noção! É uma bomba atômica! Amor, está comigo, te mando agora. O Flávio, o presidente, tudo infartado, chorando…”.
As declarações acima foram ouvidas por ÉPOCA enquanto aguardava que Wassef conversasse por telefone com a reportagem. Escolhido pelo clã Bolsonaro para tomar conta do mais rumoroso caso que pesa contra a família — as movimentações financeiras atípicas do senador Flávio e de seu ex-motorista Fabrício Queiroz —, o advogado havia acabado de conquistar sua grande vitória.
“Existe inquérito? Não. Diligências, provas, testemunhas? Não. O que tem é um contêiner de papel com movimentações financeiras, é o que existe. O senador foi indiciado ou denunciado? Não. Só números e trocas de informações de atividade financeira. Não existe nada”, diz Wasseff, que cita Flávio Rocha (acionista das lojas Riachuelo) e David Feffer (acionista da Suzano Papel e Celulose) como dois de seus clientes famosos. “Esses são os tipos de cara que se relacionam comigo, bilionários.”
Procurado, o empresário Flávio Rocha, disse que Wassef nunca trabalhou para ele. A reportagem não conseguiu contato com o empresário David Feffer. Em entrevista a ÉPOCA, Wassef mencionou quatro criminalistas com os quais teria trabalhado. Procurados pela revista, dois não responderam e os outros negaram qualquer relação profissional com ele.
Da Época