Moro vai à Câmara amanhã explicar suas conversas criminosas com membros da Lava Jato

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Foto: Fátima Meira | Estadão

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deverá ir amanhã à Câmara prestar esclarecimentos sobre mensagens privadas que trocou com o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, quando era juiz federal.

A presença do ministro acontece em meio às reportagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, que indicam direcionamento do então juiz à força-tarefa, o que é ilegal. Ontem, manifestantes saíram às ruas em mais de 70 cidades pelo país para demonstrar apoio à Moro e à Lava Jato.

Ao contrário do que ocorreu Senado, onde Moro esteve há duas semanas, os deputados da oposição pretendem subir o tom nas críticas e provocar um “grande enfrentamento” com o ministro.

O depoimento será acompanhado por integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, e da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Os três colegiados aprovaram pedidos de convite e, em acordo, decidiram por fazer uma única audiência conjunta.

A presença do ministro era esperada no dia 26 de junho, mas ele teve agenda oficial nos Estados Unidos e não compareceu. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que recebeu um ofício do Ministério da Justiça manifestando a intenção de Moro comparecer à Câmara.

Na semana passada, deputados da base do governo e em defesa da Lava Jato se articularam para evitar que Moro fosse convocado – isto é, quando ele é obrigado a comparecer.

Em paralelo ao convite, a oposição articula assinaturas para viabilizar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso e pressionar ainda mais o governo.

Em 19 de junho, Moro depôs por mais de nove horas na CCJ do Senado sobre os vazamentos. Na ocasião, ele criticou o site Intercept Brasil pela divulgação das conversas, que classificou como ato “criminoso”. Ele disse ainda que pode ter sido o autor de algumas das mensagens, mas alegou não se lembrar de quais, pois teria desinstalado o Telegram em 2017.

Do UOL