MPF racha: Deltan não é unanimidade entre procuradores
Nota publicada nesta segunda (15) pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, um braço do MPF, escancarou a divisão que existe no órgão em relação à Lava Jato de Curitiba. Hoje, dizem procuradores, o Ministério Público espelha a polarização da sociedade.
A PFDC é identificada com a esquerda, crítica à força-tarefa. Há, na outra ponta, quem defenda o grupo com unhas e dentes. A maioria estaria no centro: tem reparos à ação dos colegas, mas não quer validar o “crime de um hacker”.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão afirmou na nota que é inadmissível que o Estado, “para reprimir um crime, por mais grave que seja, se transforme, ele mesmo, em um agente violador de direitos”. A PFDC falava especificamente sobre o vazamento de mensagens de integrantes da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sergio Moro.
As mensagens foram obtidas pelo The Intercept Brasil, que informou ter recebido o material de fonte anônima. Os procuradores e o hoje ministro da Justiça, Moro, têm atribuído o vazamento à ação de um hacker.
Reportagem publicada pela Folha e pelo The Intercept, no domingo (14), sobre planos de Dallagnol para lucrar com palestras reavivou debate há muito travado internamente no MPF. Quando procuradores de Curitiba passaram a aparecer em atos com remuneração, houve desconforto.
Os membros da PGR que atuavam no gabinete de Rodrigo Janot e os da força-tarefa da Lava Jato do Rio, por exemplo, nunca cobraram por palestras.
Da FSP