Bolsonaro usa feitos de Lula para se vangloriar
Não há nada que o Brasil tenha feito após 2016 que melhore sua imagem. Por isso, o governo Bolsonaro está usando dados do governo Lula para defender o Brasil de críticas em diversas áreas. Sobretudo na área ambiental. Bolsonaro recorre ao mesmo Lula que vive insultando
O governo Bolsonaro, ao mesmo tempo em que acusa a Noruega de matar baleias e a Alemanha de acabar com suas florestas, continua a usar o dinheiro doado pelos dois países europeus para combater os incêndios que se alastram pela floresta amazônica.
Obrigado a admitir que os incêndios na Amazônia não são “fake news”, o governo Bolsonaro já admite que existem, mas, nem assim, aceitou ser honesto e, sem provas, inventou que “ongs” estariam provocando os incêndios só para prejudicar a imagem do governo.
As queimadas são consequências do aumento do desmatamento e o aumento do desmatamento é consequência da permissão tácita que o governo dá para o desmate quando diz que o aumento do desmatamento não existe.
As notícias sobre aumento do desmatamento no Brasil e a negativa do governo de que os dados do renomado INPE seriam “falsos” concorreram para prejudicar fortemente a imagem do Brasil no exterior.
Para melhorar a imagem do país, o governo Bolsonaro se valeu de dados positivos sobre o combate ao desmatamento no nosso país.
Em 2014, o Brasil era reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um exemplo que o mundo deveria seguir no combate ao desmatamento. A entidade atribuía o resultado ao sucesso das políticas de preservação das florestas na primeira década dos anos 2000, com o governo Lula.
Então, Bolsonaro teve uma ideia – por incrível que pareça Bolsonaro ter ideias… Diplomatas de todos os principais postos brasileiros no exterior receberam uma circular da Secretaria de Relações Exteriores elencando argumentos que devem ser utilizados para defender a política ambiental brasileira, em meio a críticas de pesquisadores e governos estrangeiros
Porém, como Bolsonaro e Temer não têm o que mostrar, a saída foi trapacear. O Itamaraty diz, então, que os índices de desmatamento na região amazônica tiveram “redução de 27.700 km² em 2004 para 7.500 km² em 2018 (redução de 72%)”. No entanto, nesse período só houve redução no desmatamento entre 2004 e 2012, durante os governos Lula e Dilma.
Como se vê, não é só o povo que reconhece os feitos de Lula. Bolsonaro também reconhece. Tanto que recorre àquele governo para defender o seu, ainda que seja mentindo, afirmando que é seu o feito de um homem que vilipendia diariamente com suas mentiras.
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