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“Brasil não votou numa família”, diz Santos Cruz

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Ex-ministro da Secretaria de Governo, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz criticou a interferência de “extremistas” ideológicos no governo de Jair Bolsonaro (PSL). No auge da crise entre a ala militar do governo e os “olavistas”, o militar perdeu o cargo em junho no ministério após trocar farpas públicas com Olavo de Carvalho, o guru ideológico do presidente e de seus filhos.

Em entrevista à agência de notícias AFP, Santos Cruz também destacou a presença dos filhos de Bolsonaro no governo. “O presidente tem a personalidade dele e tem também filhos que são parlamentares em níveis diferentes [de governo], mas o Brasil não votou numa família, votou numa pessoa, então o presidente tem toda carga de responsabilidade”, afirmou.

O general, que não fala com Bolsonaro desde sua saída do governo, avaliou que o sucesso do governo será medido pelos resultados no combate à corrupção e em áreas como saúde, educação, moradia e emprego. Ainda, Santos Cruz comentou que, para um governo ser bem sucedido, é recomendável acabar com a ideia de confronto e divisão da sociedade.

Santos Cruz não quis, entretanto, fazer comentários sobre a postura de Bolsonaro “por respeito” a ele. O ex-ministro da Secretaria de Governo afirmou que, caso o governo mantenha o foco e consiga “apoiar as pessoas menos favorecidas”, vai fazer um grande trabalho para o país. Para ele, a presença das Forças Armadas é positiva na composição governamental porque parte do povo a vê “com um alto grau de aceitação e credibilidade”.

De Veja