JORGE WILLIAM/AGÊNCIA O GLOBO

Fake news: de novo, Bolsonaro liga PT a conteúdo LGBT e crianças

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que governos anteriores apresentavam temáticas LGBT para crianças a partir de cinco anos por meio de livros didáticos. O documento oficial onde estariam essas orientações, no entanto, não apresenta as informações citadas por Bolsonaro.

A declaração foi feita durante uma cerimônia no Palácio do Planalto em homenagem ao Dia Internacional da Juventude. Segundo Bolsonaro, anos atrás talvez houvesse “dois homens se beijando”:

— Se fossem três, quatros anos atrás, em um evento como esse, talvez tivessem dois homens se beijando aqui na frente. Estimulando, desacreditando, desconstruindo a heteronormatividade, como está no Plano Nacional de Promoção e Cidadania LGBT — disse Bolsonaro.

Depois, o presidente disse que não tem “nada contra” casais LGBT, mas afirmou que não se pode “impor isso daí”.

— Nada contra quem quer se feliz com um parceiro igual a si. Mas não podemos impor isso daí. Até nesse programa se falava em livros didáticos com essa temática para crianças a partir de cinco anos de idade. O que podemos esperar ao estimular jovens precocemente ao sexo? Já não basta crianças entre nove e 19 anos serem responsáveis 1.700 partos por dia? Será que não basta isso? Não devemos combater isso daí? A intenção é estimular cada vez mais?

O Plano Nacional de Promoção e Cidadania LGBT foi lançado em 2009, durante governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O documento sugere “incluir recomendações relacionadas à promoção do reconhecimento da diversidade sexual e ao enfrentamento ao preconceito e à violência por orientação e identidade de gênero” nos editais de seleção de obras didáticas. Também recomenda incluir nos livros “a temática das famílias compostas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”. Não há, no entanto, referência da idade para qual esses livros são recomendados, como disse Bolsonaro.

O plano fala em “desconstrução da heteronormatividade” em um trecho de competências do Ministério da Saúde. A ideia era “reconhecer e incluir nos sistemas de informação do SUS e no planejamento familiar, todas as configurações familiares protagonizadas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”.

De OGlobo