Fake News: ex-presidentes NÃO foram da Comissão da Verdade
Circula pelas redes sociais uma imagem que mostra ex-presidentes da República e autoridades em uma cerimônia oficial. Um texto diz que todos eles integravam a Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) para apurar mortes e desaparecimentos ocorridos durante a ditadura. Por meio do projeto de verificação de notícias, usuários do Facebook solicitaram que esse material fosse analisado.
Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:
FALSO
“Essa era a tal da ‘Comissão da Verdade’ do PT. Já pensou se fosse a da mentira então kkkkkkk”
Texto de post que, até as 12h de 2 de agosto de 2019, tinha mais de 3,8 mil compartilhamentos no Facebook
A informação analisada pela Lupa é falsa. Dentre as autoridades mostradas na foto, apenas uma pessoa integrou a Comissão Nacional da Verdade: o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp. A imagem foi feita durante a cerimônia de instalação do órgão, em 16 de maio de 2012, pelo fotógrafo Lula Marques, da Folhapress. A versão original pode ser vista online numa galeria de imagens sobre a trajetória de Dilma (foto 52).
A CNV teve os seguintes integrantes: Dipp, então vice-presidente do STJ; o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles; o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias; o jurista João Paulo Cavalcanti Filho; a psicanalista Maria Rita Kehl; o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro; o advogado e professor universitário Pedro Dallari; e a advogada e professora universitária Rosa Maria Cardoso da Cunha.
Na foto aparecem, da esquerda para a direita: o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Brito, então presidente do STF; o então presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia; o ex-presidente da República e então presidente do Senado, José Sarney; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a ex-presidente Dilma Rousseff; o então vice-presidente Michel Temer; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; Dipp; e o ex-presidente Fernando Collor de Mello.