Ministro pode ter perdido vaga no STF por influência de Dallagnol

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Foto: Sérgio Amaral

Cotado para ocupar uma vaga na mais alta instância do poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF), o alagoano Humberto Eustáquio Soares Martins, que ocuparia a vaga que substituiria Teori Zavascki , morto em acidente aéreo em janeiro de 2017, teve a nomeação barrada, possivelmente, por influência de Deltan Dallagnol, procurador e chefe da Lava Jato em Curitiba (PR).

Segundo diálogos divulgados nesta quinta-feira (1º) pela Folha de S.Paulo e The Intercept, Dallagnol teria enviado a Eduardo Pelella, assessor do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, informações para serem entregues ao então presidente, Michel Temer, para barrar a indicação de Humberto Martins, do STJ.

“É importante o PGR levar ao Temer a questão do Humberto Martins, que é mencinoado na OAS como recebendo propina (SIC)”, disse Deltan ao colega. “Deixa com nós'”, respondeu Pelella.

Filho

Segundo reportagem, os documentos mostravam que Martins era um dos alvos da delação de Léo Pinheiro, da OAS.

Como o acordo com a empreiteira não fora assinado nem homologado pela Justiça, as informações fornecidas por Léo Pinheiro durante as negociações não podiam ser usadas pelos investigadores. Mesmo assim, Dallagnol insistiu com Pelella.

“Não está nos anexos, mas iriam entregar. Só não lembramos se era corrupção ou filho? Vou ver se alguém lembra e qualquer coisa aviso, mas já cabe a ponderação pq seria incompatível”, afirmou.

Segundo Léo Pinheiro, a OAS pagou R$ 1 milhão a um filho do ministro em 2013 para obter uma decisão favorável no STJ. Em janeiro deste ano, Martins disse à Folha que nunca atendeu pedidos da OAS e sempre se declarou impedido de julgar ações em que o filho atue. A vaga foi ocupada, em março de 2017, por Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça.

Da GazetaWeb