Bolsonaro indica que professora leia livro de torturador

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Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro recomendou nesta segunda-feira a um grupo de estudantes que o aguardavam em frente ao Palácio da Alvorada a leitura do livro “A Verdade Sufocada”, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado como torturador pela Comissão da Verdade.

A comitiva de Bolsonaro parou para que ele tirasse fotos e conversasse com fãs na porta da residência oficial, como tem ocorrido quase todos os dias. Em determinado momento, alguns dos estudantes pediram que o presidente mandasse um recado para uma professora.

“É de esquerda a professora?”, perguntou Bolsonaro. Os alunos respondem que sim, dizendo que ela é “petista”. “Fala para ela ler o livro ‘A Verdade Sufocada’ aí. Só ler, depois ela tira as conclusões”, respondeu o presidente.

Relatório da Comissão da Verdade aponta que 50 pessoas desapareceram no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, em São Paulo, entre 1970 e 1975. Nesse período, o DOI-Codi, um órgão de repressão política da ditadura militar, era chefiado por Ustra.

Ustra, que morreu em 2015, disse que as mortes ocorreram “em combate”, fora das dependências do DOI-Codi.

Bolsonaro já disse que Ustra é um “herói nacional” e em agosto recebeu a viúva de Ustra, Maria Joseíta, no Palácio do Planalto. O presidente também se recusa a chamar a ditadura militar (1964-1985) de ditadura.

Valor