Ciro afirma que Bolsonaro não terminará a gestão
De passagem por Belo Horizonte – onde participou do ato de filiação da professora e líder transexual Duda Salabert ao PDT –, Ciro declarou que o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016, vai influenciar no comportamento do Congresso e dos partidos no próximo período. Segundo ele, “os políticos – que, de alguma forma, foram negados também pelo caráter antipolítico que o Bolsonaro impôs na retórica dele – estão muito ressabiados com a bobagem que fizeram no impedimento da Dilma”.
Ele cita o exemplo do PSDB, que apoiou o golpe com entusiasmo, mas perdeu capital político e eleitoral nos anos subsequentes. “O PSDB sabe que talvez tenha se liquidado mortalmente naquele gesto burro. Se tivesse esperado o tempo fluir, até o final do mandato ruidoso da Dilma, tinha ganho as eleições”, afirma. “O que aconteceu? Interromperam o mandato e passaram a ser corresponsáveis pelo desastre que veio daí adiante com Michel Temer e agora com o Bolsonaro. Produziram o Bolsonaro.”
Por isso, diz Ciro, as chances de um novo processo de impeachment são reduzidas. “Mas as energias são tão negativas e tão rápidas que não vejo como Bolsonaro termine o governo”, agrega. “O Brasil vai passar por muita confusão, por momentos terríveis nos próximos seis meses”, com a “deterioração da economia” e o impacto do “teto de gastos” nas áreas sociais. Em sua opinião, “o ano que vem vai ser terrível. E isso tem um poder de combustão muito grande – de provocar novos alinhamentos na vida brasileira”.
Do Vermelho