Filho de Edison Lobão é preso em ação da Lava Jato

Todos os posts, Últimas notícias
Foto: Divulgação/Renato Araújo/VEJA

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (10) a 65ª fase da Lava Jato, com mandado de prisão preventiva (sem prazo) contra Márcio Lobão, filho do ex-ministro e ex-senador Edison Lobão (MDB). Ele será conduzido para a Superintendência da PF em Curitiba.

Segundo o Ministério Público Federal, Edison Lobão recebeu ao menos R$ 50 milhões dos grupos Estre e Odebrecht de 2008 a 2014. O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro seria ligado à Transpetro, subsidiária da Petrobras, e à usina hidrelétrica de Belo Monte.

Segundo apurado nas investigações, os atos de lavagem se estendem até este ano. Edison teria contado com a ajuda do filho Márcio para coletar a propina e lavar os recursos do esquema. O dinheiro teria sido entregue em espécie em um escritório de advocacia no Rio de Janeiro ligado à família Lobão.

Segundo a PF, Márcio recebeu R$ 10 milhões das empresas por intermédio de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Um irmão do ex-senador também teria ajudado a lavar o dinheiro do esquema.

Para lavar o dinheiro da propina, Márcio teria comprado e depois vendido obras de arte por valores abaixo da média. Também teria simulado outras operações, como venda de imóvel, empréstimo com familiar, interposição de terceiros em operações de compra e venda de obra de arte.

Além disso, ele fazia depósitos fracionados em espécie e movimentava valores em contas abertas em nome de empresas offshore no exterior, segundo as investigações. As transações apontam para um incremento de patrimônio de cerca de R$ 30 milhões.

As provas que indicam esses pagamentos, segundo a Procuradoria, são depoimentos de colaboradores, registros no sistema de controle de propina da Odebrecht e evidências que apontam para ligações e reuniões entre os investigados.

As operações motivaram buscas e apreensões em endereços de galeria de arte e de agentes financeiros que geriam contas de Márcio Lobão no exterior, como no banco suíço Julius Bär. Ao todo, são 11 mandados.

O nome da operação –Galeria– remete às transações com obras de arte que teriam sido utilizadas como forma de dar aparência lícita aos valores obtidos ilegalmente.

A reportagem ainda conseguiu falar com os advogados dos citados na operação.

Da FSP