Economista ligado ao agronegócio assume o Incra

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Foto: Reprodução/Senar-PR

O economista ligado ao agronegócio Geraldo Melo Filho será o novo presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), substituindo um general que foi demitido do comando do órgão pelo presidente Jair Bolsonaro devido a um embate sobre a regularização fundiária.

A nomeação de Melo foi publicada nesta quinta-feira (17) no Diário Oficial da União, mas estava anunciada desde a noite anterior por seu pai, o ex-senador e ex-governador do Rio Grande do Norte Geraldo Melo, que colocou nas redes sociais o orgulho pela nomeação do filho.

O novo presidente do órgão era, até então, secretário-adjunto de Relacionamento Externo da Casa Civil.

De acordo com seu currículo apresentado na rede profissional LinkedIn, Melo Filho tem ligação antiga com a agropecuária e é sócio da empresa Seleção Guzerá Agropecuária Ltda, proprietária de duas fazendas, uma em Minas Gerais e outra na Bahia.

Também foi, até agosto deste ano, diretor técnico da Associação de Criadores de Guzerá (uma raça de gado bovino) e superintendente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária). Seu pai, Geraldo Melo, principal figura política do PSDB do Rio Grande do Norte, era dono da usina de açúcar São Francisco.

Melo irá ocupar o cargo deixado vago no início de mês pelo general João Carlos Jesus Corrêa, demitido por pressão do secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia.

Incomodado com a resistência de Corrêa a mudanças nos processos de regularização fundiária, o secretário convenceu o presidente Jair Bolsonaro a trocar o comando do Incra. Toda a diretoria do órgão foi demitida.

Fontes ouvidas pela Reuters disseram que Nabhan queria ampliar sua influência no Incra, que é o órgão que realmente tem poder de decisão nas questões fundiárias. Apesar de ter o tema no nome, a secretaria de Nabhan não tem nem a estrutura nem o orçamento para influenciar na regularização, por exemplo.

Ao admitir que “levou dados” ao presidente Jair Bolsonaro que levaram à demissão do general —números que demonstrariam a falta de avanços na regularização— Nabhan defendeu que o Incra deveria ter à frente um nome “absolutamente técnico”.

Folha