Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Eles não têm condições de administrar recursos”, diz Bivar

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Em resposta à notificação do presidente Jair Bolsonaro e mais 20 parlamentares para prestar contas dos recursos gastos pelo PSL , o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, considerou que tal pedido demonstra uma “confissão” de que Eduardo Flávio Bolsonaro não teriam “condições de administrar os recursos dos diretórios de São Paulo e Rio de Janeiro”

No documento obtido pelo GLOBO, Bivar escreveu que os notificantes “confessam que não têm condições de administrar os seus respectivos órgãos, reconhecendo que colocaram a agremiação em situação grave”, escreveu.

Bivar cita trecho da notificação elaborada pelos advogados de Bolsonaro, Admar Gonzaga e Karina Kufa, onde diz que: “o maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo, não tem condições de ser administrado, pois tem sanção de suspensão do fundo partidário até o final de 2019”.

“O que é mais estarrecedor nessa afirmação é que o notificante Eduardo Nantes Bolsonaro é justamente o presidente da Comissão provisória responsável pela estruturação do PSL no Estado, onde é auxiliado pelo notificante Luiz Philippe Orleans e Bragança, como primeiro secretário”, diz o texto, que, na sequência, também cita Flávio Bolsonaro.

No documento, Bivar lembra que todos ingressaram no partido em 2018 para disputar as eleições e consagraram-se vencedores e diz considerar “no mínimo, estranho, que os notificantes venham agora levantar dúvidas sobre contas partidárias relativas a períodos que antecedem o ingresso no partido”.

Na resposta, Bivar também questiona algumas procurações apresentadas por deputados que endossaram o documento. Ele ressalta de algumas delas estão com documentação precária.

O presidente do PSL afirmou não ter condições de enviar os dados por e-mail, mas alegou que deixará uma cópia eletrônica dos dados disponível na sede do PSL e, caso a parte interessada arque com os custos, poderá obter uma versão da prestação de contas de forma impressa.

Pedido de transparência

Na semana passada, Bolsonaro, seu filho Flávio, que é senador, e mais 20 deputados assinaram um documento pedindo que Bivar abra todas as contas partidárias dos últimos cinco anos.

O movimento atende a interesses do presidente e de seus aliados dispostos a deixar o PSL: acusar o partido de não ter transparência serve como um discurso público para tentar se afastar de escândalos como o das candidaturas laranjas, mas também deve embasar a argumentação jurídica que permita uma desfiliação sem prejuízos. O grupo do presidente tem duas preocupações: evitar a perda de mandatos e que o PSL fique com todo o dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.

No documento dirigido a Bivar, os advogados Admar Gonzaga e Karina Kufa, que assinam o texto, afirmam que submeterão as contas do PSL a uma auditoria “externa” e “independente”. O texto chama de “precárias” as prestações de contas do partido e diz que “a contumaz conduta pode ser interpretada como expediente para dificultar a análise e camuflar irregularidades”.

OGLOBO