Marcelo Theobald / Agência Globo

Governo dissimula e diz acreditar em apoio de Trump

Todos os posts, Últimas notícias
Marcelo Theobald / Agência Globo
Marcelo Theobald / Agência Globo

Integrantes da equipe econômica admitiram reservadamente que a mensagem dos Estados Unidos se recusando a apoiar a proposta do Brasil de ingressar na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico ( OCDE ) é frustrante, diante dos planos do ministro Paulo Guedes de entrar logo no “clube dos países ricos”. Apesar da frustração, o governo brasileiro adotou um tom cauteloso e tenta minimizar a decisão dos EUA.

Nesta quinta-feira, a agência Bloomberg informou que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, rejeitou um pedido para discutir ampliação do clube dos países mais ricos, segundo uma cópia de carta enviada ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, em 28 de agosto. Ele acrescentou, no documento, que Washington apoia apenas as candidaturas de adesão de Argentina e Romênia.

Em Brasília, o discurso é que os EUA continuarão apoiando a entrada do país na organização, mas que a dupla Argentina-Romênia terá prioridade. Isso teria sido feito por um motivo cronológico, já que esses dois países iniciaram o processo de entrada na organização internacional há mais tempo.

Além disso, fontes do governo brasileiro garantem que o apoio americano continua sendo indiscutível, sem nenhum recuo em relação à postura anunciada pelo presidente Donald Trump. E que a carta de Pompeo não se tratou do futuro, mas apenas de 2019.

Integrantes do governo brasileiro dizem ainda que a Casa Branca avisou o Brasil que a defesa de entrada da Argentina na OCDE nesse momento também é uma tentativa de ajudar a reeleição de Mauricio Macri. O presidente argentino busca um novo mandato nas eleições presidenciais deste mês.

No Ministério da Economia, a entrada do Brasil na OCDE é esperada como fator para impulsionar reformas macroeconômicas e dinamizar negócios no Brasil, aumentando a atratividade para investidores estrangeiros.

Autoridades do Brasil também lembram que a EUA e União Europeia travam uma disputa pelo comando da OCDE. Os governo americano consideram que a organização está ficando inchada e sob influência crescente da Europa. Por isso, os EUA defendem uma expansão moderada da organização.

De OGLOBO