Parlamentares brasileiros mentem a órgão da ONU

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Reprodução

A recorrência à mentira e o cinismo viraram a tônica dos parlamentares bolsonaristas. O bom é que eles não conseguem enganar gente séria e comprometida com a democracia.

Uma delegação composta, entre outros, pelos deputados Átila Lins (PP),
Mariana Carvalho (PSDB), Gilberto Nascimento (PSC), Cleber Verde (PRB),
Joaquim Passarinho (PSD), Evandro Roman (PSD) e Jefferson Campos (PSB) mentiu em missão oficial à 141° Conferência da União Interparlamentar (UIP), órgão centenário vinculado às Nações Unidas, que se encerra amanhã em Belgrado, na Sérvia.

Após a exibição de um vídeo de um minuto e meio em que conto as circunstâncias de meu exílio, esta delegação procurou a organização do evento para dizer que “desconhecia” as ameaças de morte que eu e minha família sofrermos durante os últimos anos, razão de a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) ter concedido medida cautelar contra o governo do Brasil, exigindo providências para manutenção de minha integridade física – medida que foi ignorada!

Alarmado e sentindo que os parlamentares brasileiros mentiam, o manager da conferência, Rogier Huizenga, pediu imediatamente os documentos comprobatórios do que eu conto no vídeo (e que foi tema de reportagem do The Guardian ao New York Times, passando por El País e pelos jornais brasileiros sérios, fora os discursos de parlamentares no Brasil e fora deste). A intenção de Huizenga era confrontar a falsa declaração de desconhecimento da desonesta delegação brasileira e poder informar ao corpo de 179 parlamentares de todo o mundo que meu depoimento no vídeo é, sim, verdadeiro.

A UIP recebeu cópias da medida cautelar da OEA, de duas notícias-crime protocoladas na Polícia Federal, de um pedido de segurança especial quando ainda era deputado, além dos milhares de e-mails com ameaças terroristas recebidos por mim e por minha equipe, ameaçando minha vida e minha família.

Os deputados da delegação crêem que o resto do mundo é o Brasil de Bolsonaro.

Resta saber se, em seu relatório de viagem sobre a “missão oficial”, a delegação vai narrar tão desonroso episódio, que joga sombra sobre o parlamento brasileiro como um todo.

VERGONHOSO!

Da Página do Facebook do Jean Wyllys