PT já analisa efeito da libertação de Lula sobre extrema-direita
A chance de Lula deixar a carceragem da PF por decisão do STF ou da juíza provocada a analisar sua progressão para o semiaberto fez integrantes do PT debaterem o impacto da mudança de cenário.
Para além da certeza de que ele, se plenamente livre, vai querer rodar o país, há a percepção de que a saída da prisão tende a reavivar a polarização com Jair Bolsonaro.
A dúvida é se o efeito colateral desse movimento não auxilia o presidente justo no momento em que a direita está fragmentada.
De carne e osso Alguns quadros do PT confidenciam, em privado, temer que o retorno de Lula ao cotidiano da política reagrupe a direita, dando a ela um inimigo comum –e a Bolsonaro combustível para ataques sobre o risco de a esquerda retomar o poder.
Alguns integrantes da sigla ponderam que Bolsonaro vive momento de fragilidade, sem o apoio sólido do centro, com o partido rachado e em pé de guerra, e movimentos de direita estremecidos pela claudicância do Planalto na defesa da pauta anticorrupção. O “fator Lula”, avaliam, poderia suplantar tudo isso.
Mas há, claro, numerosa ala que vê o efeito rebote como natural e esperado. Esses dizem que, desde a década de 1980, o PT ocupa um dos lados da polarização, seja contra Collor ou contra o PSDB, seja como o alvo no comando do Planalto.