Sting defende Nobel a cacique Raoni
O cantor britânico Sting embarcou na campanha que tenta dar visibilidade ao cacique Raoni na disputa pelo Prêmio Nobel da Paz. Em entrevista a VEJA, Sting afirmou que a premiação é essencial para enviar uma mensagem contra líderes políticos que negam a existência de ameaças ambientais contra o planeta.
“É muito apropriado que o cacique Raoni seja nomeado para o Prêmio Nobel. Sua mensagem sobre a importância de preservar as florestas mundiais é convincente e consistente durante os 30 anos que eu o conheço”, afirmou o cantor, fundador da ONG Rainforest Foundation, dedicada à proteção da natureza.
“O mundo científico agora corrobora o que Raoni soube intuitivamente durante toda a sua vida. E, no momento em que líderes mundiais estão em negação patológica sobre os perigos que o planeta está enfrentando, é absolutamente essencial que Raoni seja publicamente homenageado dessa forma”, disse Sting.
A Fundação Darcy Ribeiro organizava desde o início do ano uma campanha para Raoni disputar o Nobel da Paz de 2020. Acadêmicos vinham buscando o apoio de personalidades e de governos estrangeiros para dar musculatura à indicação do cacique. Mas os ataques recentes do presidente Jair Bolsonaro ao líder indígena fizeram o nome de Raoni surgir nas bolsas de aposta já para a edição deste ano. O vencedor será revelado no dia 11 deste mês.
Amizade de longa data
Sting conheceu Raoni no final da década de 1980. Ele foi apresentado ao cacique pelo cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux, que dirigiu com o brasileiro Luiz Carlos Saldanha o documentário Raoni, indicado ao Oscar de 1979.
Em 1989, Sting convidou o líder kayapó para acompanhá-lo em uma turnê por 17 países. A iniciativa fez de Raoni uma personalidade internacional na luta pelos direitos dos povos indígenas e em defesa do meio ambiente.
Ao retornar ao Brasil, no início da década de 1990, Raoni aproveitou o prestígio – e a pressão – internacional para lograr seus maiores feitos: a homologação das demarcações de duas terras dos kayapós e do Parque do Xingu.
Da Veja