Moro diz que suspeitas sobre Bolsonaro são “disparate”
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que o envolvimento do nome do presidente Jair Bolsonaro nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes “é um total disparate”. “É uma coisa que não faz o menor sentido. O que se constatou foi o possível envolvimento, fraudulento, do nome do presidente na investigação”, disse Moro em entrevista à rádio CBN na manhã desta quinta-feir, 21.
O presidente foi atrelado às investigações a partir do depoimento de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, no Rio, onde ele vivia na época com a família. Nos dias 7 e 9 de outubro, o funcionário disse à Polícia Civil que “seu Jair” autorizou a entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, um dos suspeitos do crime, no conjunto residencial na tarde do dia 14 de março de 2018. Marielle e Anderson foram assassinados naquele dia. Queiroz e o policial reformado Ronnie Lessa, também morador do Vivendas da Barra, respondem pelo crime. O porteiro voltou atrás no depoimento nesta quarta-feira 20, quando foi ouvido novamente e disse ter se confundido com os números das casas.
Moro já havia sido criticado por ter tentado atuar como uma espécie de advogado do presidente no caso ao enviar ofício à Procuradoria-Geral da União pedindo que instâncias superiores ouçam a testemunha que implicou o mandatário da República no caso do assassinato da vereadora.
Na entrevista, Moro citou outra ocasião em que o nome do presidente foi citado nas investigações, segundo ele, por uma testemunha falsa. “Isso foi resolvido através de uma investigação da Polícia Federal mesmo antes que acabasse a sugestão de federalização das investigações.” Nesta quinta, Bolsonaro acusou a esquerda de usar o caso Marielle “em causa própria“.
Por isso, defendeu o ministro, o caso deve ser apurado pela Polícia Federal. “Para mim, o melhor caminho que temos para uma investigação exitosa é a federalização”, disse Moro.